Convite


" A Igreja convida-nos a aprender de Maria (...) a contemplar o projecto de amor do pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama."



Mensagem Bento XVI, Dia Mundial das Missões 2010
















segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Dia Mundial das Missões - Caminhada a favor de Pemba, Cabo Delgado, Feira Missionária e Eucaristia

domingo, 17 de outubro de 2021

Sínodo dos bispos é “momento de viragem” na vida da Igreja - Renascença (sapo.pt) ENTREVISTA RENASCENÇA/ECCLESIA Sínodo dos bispos é “momento de viragem” na vida da Igreja 17 out, 2021 - 09:30 • Ângela Roque (Renascença), Octávio Carmo (Ecclesia) Pode haver resistências, mas o processo sinodal que o Papa inaugurou há uma semana no Vaticano - e que a partir de hoje decorre em cada diocese do mundo – abriu caminho a grandes mudanças. É essa a convicção de Paulo Terroso. O sacerdote, que integra a Comissão de Comunicação do Sínodo, acredita que se deu início a um processo “imparável”, em que todos contam e serão ouvidos. Mas, para dar resultado, a Igreja vai ter de sair da “zona de conforto” e incluir quem está “nas margens”. Ouça na íntegra a entrevista a Paulo Terroso Há uma semana o Papa Francisco abriu formalmente o Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, que a partir deste domingo decorre em cada uma das dioceses do mundo. Em entrevista à Renascença e à agência Ecclesia, o padre Paulo Terroso fala da “responsabilidade” que sente por fazer parte da Comissão de Comunicação do Sínodo. Para o diretor de Comunicação da Arquidiocese de Braga e administrador do Diário do Minho, o mais difícil vai ser “implementar o processo”, mas não tem dúvidas de que vamos viver um período “de grande transformação” na Igreja, porque apesar das previsíveis “resistências” de quem não quer perder poder, a iniciativa do Papa abriu um processo “imparável” de “auscultação das pessoas, e de as envolver” nas decisões. Como é que recebeu este convite para a Comissão de Comunicação do Sínodo? É um desafio e uma responsabilidade. Foi surpreendente: estava a iniciar as minhas férias, quando recebi uma mensagem do Thierry [Bonaventura], o responsável por esta comissão de media, e pela comunicação da Secretaria do Sínodo dos Bispos. Pediu para falar comigo, fez a proposta e é quase irrecusável. É interessante, porque desde o Tempo Pascal, ao meditar no livro dos Atos dos Apóstolos, na minha oração pessoal e também na Basílica dos Congregados (Braga), a linha de reflexão foi muito o Espírito Santo como protagonista da Igreja. No meio disto tudo, quando chega esta notícia, este convite, foi quase como a confirmação de um caminho que eu próprio iniciei. As pessoas costumam falar de coincidências, um amigo ensinou-me a compreender também as “Deuscidências”. Assumo com alegria, disponibilidade e espírito de serviço, num momento tão especial como este, que alguns qualificam, e bem, como o momento mais importante na história da Igreja, depois do Concílio Vaticano II (1962-1965). Tem oportunidade de acompanhar de perto este momento, aliás já o fez em Roma, a 9 e 10 de outubro, integrado numa equipa vasta. Há uma aposta para que o Sínodo seja comunicado? Sim, a equipa é bastante alargada, ainda não está completa, é uma equipa internacional. Passa por tentar abranger a presença da Igreja em todo mundo, com o objetivo fundamental de que o Sínodo real seja o Sínodo mediático. Vamos pensar só em dois dos últimos Sínodos, que para mim são paradigmáticos - mas isso aconteceu também com o Concílio Vaticano II -, o Sínodo sobre a Família (2014-2015) e o Sínodo sobre a Amazónia (2019). Tivemos muito ruído, mas sobretudo – e essa é que é a grande questão – a receção feita pelas pessoas, pelos católicos, e não só, é feita a partir dos órgãos de comunicação social, aquilo que leem, que ouvem, aquilo que veem. Há falta de profundidade, às vezes a informação não é a melhor… Os próprios párocos, todos nós, sentimos isso nas nossas comunidades. Ainda há pouco tempo uma senhora me disse: “Então, o Papa Francisco não disse que os divorciados recasados podiam comungar?”. Não, não disse isso. Foi o que ouviu, mas ele não disse isso. É importante ajudar a aprofundar o que vai ser dito, para que chegue às pessoas e se crie aqui um processo sério, no sentido espiritual, de reflexão. "É [um momento de viragem], não tenho dúvida. Há e haverá resistências. Ninguém está disposto a perder poder sem dar luta" Desse ponto de vista, uma Comissão dedicada à comunicação é certamente fundamental… É fundamental. E também para a forma como a Igreja comunica, a própria linguagem que usa? Porque também se tem a ideia, por parte dos órgãos de comunicação que recebem a informação, de que a Igreja ainda comunica de forma demasiado fechada? Há sempre, e creio que todos o entendemos, uma linguagem técnica: eu não sou especialista em Economia e Finanças, e muitas das vezes também estou a ouvir a rádio, a ver a TV, a ler, e não percebo o que lá está escrito ou a ser dito. Há uma linguagem técnica. Da nossa parte, devemos tentar comunicar melhor, simplificar, ajudar a compreender o que está a ser dito, mas não faltarão também editores de religião? Não estou a falar só da Igreja Católica, de religião? Ou seja, especialistas nas nossas redações que tenham conhecimento profundo do fenómeno religioso? Ou ele também está relegado para segundo, terceiro plano, e não é considerado assim tão importante? Não quero culpar órgãos de comunicação social, mas é preciso ter gente especializada nas nossas redações que percebam o fenómeno religioso, com profundidade. Portanto, creio que aqui há uma responsabilidade, de parte a parte: da Igreja, em comunicar bem, ter uma maior proximidade, diálogo, e promover até encontros para falar sobre o que está a acontecer, quais são os grandes temas, descodificar toda a linguagem, porque esta linguagem técnica faz parte de todos os saberes; e, ao mesmo tempo, da parte dos órgãos de comunicação social, termos pessoas especializadas em religião. A Comissão da Comunicação também integra uma leiga portuguesa, a Leopoldina Reis Simões. Vão trabalhar em conjunto com o Vaticano, com o Dicastério para a Comunicação e Sala de Imprensa da Santa Sé, mas também é pedido que o façam localmente, ao encontro dos media em cada país. Sim, e cada país, como acontece em Portugal, tem um secretariado. Creio que proximamente acontecerá esse encontro, para criar uma sintonia e fazer passar essa mensagem, a partir já de uma estrutura existente. A nossa missão é fazer passar essa mensagem, mas nunca sobrepondo-nos, ou sem estar articulados, no caso de Portugal com o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, dirigido pela Isabel Figueiredo. Será numa relação muito próxima com ela que vamos trabalhar. Há uma semana participou nos trabalhos de abertura do Sínodo, no Vaticano, onde ouviu os desafios e até recados que o Papa deixou – para que esta não seja uma iniciativa “de fachada” ou apenas uma “reflexão teórica”. Este é mesmo um momento de viragem na Igreja? É, não tenho dúvida, pelo desejo de mudança e também por aquilo que presenciei. Haverá resistências? Há e haverá. Isto não é muito simpático de dizer, mas ninguém está disposto a perder poder sem dar luta, quando entendemos que a nossa missão é de poder e não de serviço. Há também medos, mas o medo é também falta de fé. É chegado o momento, no meu entender – e no ponto de maturidade do pontificado do Papa Francisco - da receção plena do Concílio Vaticano II, nomeadamente dos documentos ‘Lumen Gentium’, ‘Ad Gentes’ e ‘Gaudium et Spes’. Este processo é imparável, de auscultação de pessoas e de as envolver. Só o processo em si vai provocar uma transformação das pessoas, iniciar o processo de auscultação, que antes de mais é um processo espiritual, sobretudo com a ajuda dos nossos irmãos da América Latina. Precisamos de compreender isto: o pontificado do Papa Francisco entende-se a partir do que aconteceu na América Latina, onde ele também foi um dos protagonistas, na Conferência de Aparecida (2007). Com a ajuda deles, nós vamos conseguir envolver toda a Igreja, vai ser um período de grande transformação. O que está aqui em causa, de uma forma muito simples, é: ou queremos e vivemos numa Igreja clerical – que não é essa a Igreja que o Espírito de Deus quer – ou então uma Igreja sinodal, onde todos, leigos, padres e bispos, caminham em conjunto, iluminados pelo Espírito Santo, realizando aquilo que é vontade de Deus. "É preciso ouvir as margens e ainda temos muito a caminhar" A questão da América Latina tem, sobretudo, a ver com um modelo mais horizontal, mas participado, onde toda a gente está mais próxima do processo de decisão. A minha pergunta vai nesse sentido - até porque falámos da questão do poder, da autoridade - qual é o desafio mais difícil? As vozes mais contrárias ainda não se fizeram ouvir, mas acha que vai haver dificuldades neste processo? De imediato o mais difícil vai ser implementar este processo, vamos precisar de tempo. Eu não me admiraria que este processo de auscultação das igrejas locais fosse prolongado, isto é, fosse para além de abril. Não me admiraria mesmo. Já agora gostaria de dizer isto: se eventualmente – e já houve conferências episcopais que o fizeram saber - sentirmos que há dificuldade, que precisamos de mais tempo, devemos dar a conhecer isso à Secretaria, e tomar consciência de que este processo não é 'ok, fizemos isto, arrumamos e agora Roma que decida'. Não, não pode ser isso! Isso é o menos sinodal possível... É o que o Papa Francisco não quer. Até porque o cardeal Mario Grech (secretário do Sínodo dos Bispos), ao encerrar no dia 9 os trabalhos na ala sinodal apresentou sugestões. Os teólogos que pensem e que trabalhem, é preciso aprofundar a eclesiologia da Lumen Gentium ('Luz dos Povos', texto do Concílio Vaticano II), aprofundar a dimensão pneumatológica da Igreja. Perceber se se consulta o povo de Deus, ou se estamos a fazer a consulta dentro do povo de Deus, porque bispos, padres e o Papa, também são povo de Deus. São questões que precisam de ser aprofundadas e os teólogos têm um momento extraordinário, sobretudo os eclesiólogos, de fazer este trabalho. Mas, a primeira grande dificuldade vai ser implementar este processo, que é profundamente espiritual, e aqui precisamos dos nossos irmãos da Companhia de Jesus. Há outras tradições no discernimento, mas esta está profundamente enraizada naquilo que é a espiritualidade inaciana, nos exercícios espirituais. Que nos expliquem o que é isso de realizar o discernimento. Eu diria: implementação e compreender que aquilo que vai acontecer não é um inquérito, senão a Igreja encomendaria um estudo de opinião, e as conferências episcopais e entregavam-no lá. Não é isso. É escutar aquilo que o Espírito Santo tem a dizer à Igreja, é uma experiência comunitária de discernimento, portanto é muito mais exigente. Encontrar, escutar e discernir são os verbos que vão marcar este Sínodo, disse o Papa Francisco. Eu acrescentaria: 'tomar decisões', porque essa é uma parte importante. Este Sínodo prossegue a partir deste domingo nas várias dioceses do mundo. Em Portugal a maioria assinala o arranque do processo sinodal com eucaristias, presididas pelos respetivos bispos. Há quem diga que este é um arranque de alguma forma tímido e demasiado formal para o que se quer deste Sínodo. Concorda? De um ponto de vista mediático, talvez. Mas, da perspetiva que é importante que seja vivido, não, porque este é um processo espiritual. Foi dada liberdade às conferências episcopais e às igrejas locais para iniciarem este processo da forma que achassem mais conveniente. Eu estive numa das reuniões com representantes das conferências episcopais europeias, e o Bispo D. Luis Marín (subsecretário do Sínodo dos bispos) disse de uma forma muito clara: 'sejam criativos'. Portanto, se fazem assim é porque entenderam que era o melhor modo de o fazer, mas não tinha de ser assim. Agora, se deste modo se assinala que o Sínodo é um processo espiritual, a celebração da Eucaristia, uma Liturgia da Palavra ou o povo de Deus reunido em oração à escuta daquilo que Deus lhe tem para dizer, não me parece de modo algum errado. Poderá não ser a forma mais expressiva e original de o fazer, ou com mais impacto mediático, mas não está errado. E, como digo, foi dada liberdade às igrejas locais de iniciarem este período sinodal como achassem melhor. Mas estamos a falar de um processo que é inédito, é a primeira vez que o Sínodo vai bater à porta de cada pessoa. Uma resposta formal, ainda que nesta fase inicial, não dificulta a perceção da novidade que efetivamente este momento representa? Concordo, e aí está: se calhar é este modo que temos de ser Igreja que ainda não está em saída, com novas expressões, está ainda muito formatado. Eu não sei se isto é inconfidência.... Se há coisa que os jornalistas gostam é de inconfidências... Na apresentação do processo sinodal, a disposição dos sacerdotes e dos leigos dentro da ala sinodal tinha outro sonho, outra fantasia, não foi possível. Este também é um processo de conversão, de mudança, de darmos significado à realidade e de nos entendermos como Igreja. A ideia de estar na ala sinodal era tão simples como isto, era não haver ali lugares exclusivos para esta ou aquela pessoa. Houve cardeais que o fizeram, não estiveram na primeira fila, mas misturados entre todos. O que é que o Logo do Sínodo escolhido nos diz, para expressar a vontade do Santo Padre e do Espírito Santo, que é ser uma Igreja que caminha junta? É que não vai o bispo à frente nem atrás, vai lá no meio, vão pessoas, vão os mais frágeis. E aproveito para dizer isto: é preciso ouvir as margens, e ainda temos muito a caminhar. Se repararam, na abertura do Sínodo tivemos testemunhos todos interessantíssimos, mas ouvimos as margens? Foram todas pessoas muito empenhadas, comprometidas, mas já fazem parte da estrutura. E nós precisamos de outros, dos que estão em processo de conversão, de luta até interior, que se sentem marginalizados. Uma pergunta a fazer na Igreja é: quem são os leprosos de hoje? Pessoas que não queremos tocar, queremo-las afastadas, não lhes damos oportunidade ou espaço de se integrarem, mas que desejam, e esperam da nossa parte o maior acolhimento. Como digo, este é um processo espiritual e também de conversão. É um processo de desconforto? Desconforto. Hoje dizemos muito 'sair da nossa zona de conforto', é mesmo isso. Em Portugal espera uma participação ativa das comunidades e movimentos, dos católicos, em geral? Pois, temos de motivar e entusiasmar. Creio que sim, e já vemos algumas dioceses mais empenhadas, pelo menos nas redes sociais, há casos particulares que conheço melhor, na minha diocese. Não estou a querer desculpar, mas há aqui a questão do tempo. Este processo inicia-se depois das férias, embora os bispos tivessem recebido indicações desde maio, as equipas levam algum tempo a ser constituídas, ainda não temos as pessoas de contacto conhecidas. Ainda há aqui muito trabalho para fazer, e tem de haver um grande empenho também da comunicação social. Também acreditamos no poder comunicativo do Papa Francisco, que faça as pessoas interrogarem-se, nas comunidades ou paróquias perguntarem ao padre 'mas, não está a decorrer qualquer coisa? Uma auscultação do povo de Deus? Aqui na paróquia quando é que vamos iniciar?'. Eu acho que não fica mal, fica muito bem e é necessário.

sábado, 9 de outubro de 2021

Sínodo 2023: Papa pede Igreja «diferente», mais aberta e dialogante (c/fotos)

Sínodo 2023: Papa pede Igreja «diferente», mais aberta e dialogante (c/fotos) Eis-nos aqui, diante de Vós, Espírito Santo! Eis-nos aqui, reunidos em vosso nome! Só a Vós temos por Guia: vinde a nós, ficai connosco, e dignai-vos habitar em nossos corações. Ensinai-nos o rumo a seguir e como caminhar juntos até à meta. Nós somos débeis e pecadores: não permitais que sejamos causadores da desordem; que a ignorância não nos desvie do caminho, nem as simpatias humanas ou o preconceito nos tornem parciais. Que sejamos um em Vós, caminhando juntos para a vida eterna, sem jamais nos afastarmos da verdade e da justiça. Nós vo-lo pedimos a Vós, que agis sempre em toda a parte, em comunhão com o Pai e o Filho, pelos séculos dos séculos. Amen.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

https://www.facebook.com/filomena.silva.16100/videos/228264616032087 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐒𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐑𝐨𝐬á𝐫𝐢𝐨 ".O Rosário é minha oração preferida. Oração maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade. Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem Maria escutou da boca do anjo e de sua prima Isabel. A estas palavras toda a Igreja se associa”. Estas são as palavras de São João Paulo II que remetem à data celebrada neste dia 7 de outubro, Festa de Nossa Senhora do Rosário. Foi a própria mãe de Deus quem pediu que essa oração fosse difundida para a obtenção de graças abundantes. Em 1208, a Virgem Maria apareceu a São Domingos de Gusmão para ensinar-lhe a rezar o Rosário e pediu que ele difundisse a devoção desta arma poderosa para vencer os inimigos da fé. Foi por causa deste anúncio do santo que as tropas cristãs, antes da Batalha de Lepanto (7 de outubro de 1571), rezaram o Santo Rosário e venceram os turcos otomanos. Em agradecimento a Nossa Senhora, o Papa São Pio V instituiu esta data como a Festa de Nossa Senhora das Vitórias e acrescentou o título de “Auxílio dos Cristãos” às ladainhas da Mãe de Deus. Mais tarde, o Papa Gregório III mudou o nome para Festa de Nossa Senhora do Rosário. Rosário significa “coroa de rosas”. Foi definido por São Pio V como “um modo muito piedoso de oração, ao alcance de todos, que consiste em ir repetindo a saudação que o anjo fez a Maria; intercalando um ‘Pai Nosso’ entre cada dez ‘Ave Marias’ e tratando de ir meditando enquanto isso na vida de Nosso Senhor”. São João Paulo II, que acrescentou os mistérios luminosos à oração do Santo Rosário, escreveu em sua Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariae” que esta oração “na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no terceiro milênio recém iniciado, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade”. Ao visitar o Santuário de Pompeia, na Itália, em março de 2015, o Papa Francisco se deteve em oração durante alguns minutos em frente à imagem de Nossa Senhora do Rosário e recitou a “Pequena Súplica”, extraída da histórica oração, composta pelo Beato Bartolo Longo, que, em 1875, levou a imagem ao Santuário de Pompeia: “Virgem do Santo Rosário, Mãe do Redentor, mulher da nossa terra elevada aos céus, humilde serva do Senhor, proclamada Rainha do mundo, do profundo das nossas misérias recorremos a Ti. Com confiança de filhos, contemplamos o teu rosto dulcíssimo. Coroada por doze estrelas, tu nos conduzes ao mistério do Pai, tu resplandeces de Espírito Santo, tu nos dais o teu Menino divino, Jesus, nossa esperança, única salvação do mundo. Mostrando-nos o teu Rosário, nos convidas a fixar o seu rosto. Tu nos abres o seu coração, abismo de alegria e de dor, de luz e de glória, mistério do Filho de Deus, que se fez homem por nós. Aos teus pés, nas pegadas dos Santos, sentimo-nos família de Deus. Mãe e modelo da Igreja, tu és nossa guia e sustento seguro. Tu nos tornas um só coração e uma só alma, povo forte a caminho para a pátria do céu. Nós te apresentamos as nossas misérias, os tantos caminhos do ódio e do sangue, as antigas e novas pobrezas, sobretudo os nossos pecados. A ti confiamos, Mãe de Misericórdia! Obtém-nos o perdão de Deus! Ajuda-nos a construir um mundo, segundo o teu coração. Ó Rosário bendito de Maria, doce corrente que nos liga a Deus; corrente de amor, que nos faz irmãos, não te deixaremos jamais. Nas nossas mãos serás a arma da paz e do perdão, estrela do nosso caminho. O nosso beijo a ti, com o último respiro, nos imergirá em um mar de luz, na visão da amada Mãe e do seu Filho divino, anseio e alegria do nosso coração, com o Pai e o Espírito Santo. Amém”. Nossa Senhora do Rosário possui um devoção muito antiga. Teve origem com os Monges irlandeses no século VIII, que recitavam os 150 Salmos. Como os leigos não sabiam ler, os monges ensinaram a rezar 150 Pai Nossos, que mais tarde foram substituídos por 150 Ave Marias. Assim, a devoção, começou a se espalhar pelo mundo. Em muitas aparições de Maria Santíssima, Ela pede, ensina e reza junto, a oração do Rosário, como em Lourdes, em Fátima e tantas outras. Rosário de Nossa Senhora A palavra Rosário quer dizer um tanto de rosas, um buquê de rosas que se oferece a Nossa Senhora. Cada Ave Maria é uma rosa que oferecemos à Mãe, com carinho e esperança. Assim, quando rezamos o Santo Rosário completo, oferecemos um buquê de duzentas rosas a Nossa Senhora. A devoção de Nossa Senhora do Rosário São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, foi o grande propagador do Rosário no início do século Xlll. A Igreja lhe conferiu o título de Apóstolo do Santo Rosário. Naquela época havia muitos hereges que desviavam os fieis da Igreja Católica. São Domingos, com a prática da oração do Rosário, a pedido de Nossa Senhora, começou a combater as heresias dos albingenses, que crescia vertiginosamente na França. O Papa mandou vários missionários para combater os hereges, mas nada conseguiram. Somente São Domingos, com a criação de sua ordem e com a insistente oração do Rosário, é que conseguiu acabar com esses hereges. São Domingos dizia que em todas as orações do Rosário pedia a intercessão de Maria Santíssima para converter os hereges e com o passar dos anos conseguiu. Papa João Paulo II, o Papa de Nossa Senhora do Rosário João Paulo II dedicou todo o seu Pontificado a Maria Santíssima. Ele declarou logo no primeiro dia de seu pontificado: Totus tuus Mariae (Tudo é de Maria). A devoção a Nossa Senhora do Rosário foi amplamente difundida e divulgada. Ele acrescentou mais um conjunto de Mistérios ao Rosário - os Mistérios Luminosos - em uma Encíclica que escreveu sobre o Santo Rosário. A Oração que veio do Céu O que dá verdade e embasamento ao Santo Rosário, é que nos foi ensinado pelo próprio Jesus, por Maria Santíssima e pelo anjo do Senhor. O Pai Nosso foi ensinado por Jesus quando disse aos apóstolos: quando forem rezar, dizei: Pai nosso que estais no Céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a sua vontade, assim na terra como do Céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixeis cair em tentação, e livrai-nos de todo o mal. Amém. A oração da Ave Maria, foi nos ensinada pelo Anjo Gabriel, que apareceu a Maria dizendo: Ave Maria Cheia de graça, o Senhor é convosco. Santa Isabel, cheia do Espírito Santo, como nos diz Lucas, disse a Maria: bendita sóis vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus. E a Igreja completou escrevendo: Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte amém. Contemplação dos Mistérios do Rosário Atualmente o Santo Rosário é dividido em quatro conjuntos de mistérios, onde contemplamos os momentos da vida de Jesus e de Maria. Os quatro conjuntos de Mistérios são: Mistérios Gozosos nos quais se contemplam a anunciação do Anjo a Maria; a visita de Maria a sua prima Isabel; o nascimento de Jesus em Belém; a apresentação de Jesus no templo; e Jesus perdido e achado no templo entre os doutores da lei. Mistérios Dolorosos nos quais se contemplam a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras; a flagelação de Jesus; a Coroação de Espinhos; Jesus carrega a Cruz até o Calvário; a Crucificação e morte de Jesus. Mistérios Gloriosos nos quais se contemplam a Ressurreição de Jesus; a sua Ascensão ao Céu; a vinda do Espírito Santo Sobre os Apóstolos e Maria; a Assunção de Maria ao Céu; a coroação de Maria. Mistérios Luminosos foram escritos pelo próprio Papa João Paulo II, em sua carta apostólica, Rosarium Virginis Mariae, no ano de 2002. Nestes mistérios contemplam-se toda a Vida pública de Jesus: o Batismo no Rio Jordão; o Milagre nas bodas de Caná; a proclamação do Reino do Céu e o convite a Conversão; a Transfiguração de Jesus no Tabor; a Instituição da Eucaristia. Milagres de Nossa Senhora do Rosário A devoção a Nossa Senhora do Rosário atravessa os séculos, trazendo a Igreja para o lado de Maria Santíssima, que a leva para a Salvação de Jesus. O Rosário de Maria une a terra aos Céus. Maria Santíssima, em suas aparições, sempre insiste para que as pessoas rezem o Rosário, que é um dos caminhos para se chegar a Jesus e a Salvação eterna. O Santo Rosário é também uma poderosa arma de intercessão, um meio certo de se obter graças através da Virgem Maria.