Convite


" A Igreja convida-nos a aprender de Maria (...) a contemplar o projecto de amor do pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama."



Mensagem Bento XVI, Dia Mundial das Missões 2010
















sábado, 20 de fevereiro de 2021

Ontem foi dia dos pastorinhos de Cabo Verde, hoje é a Festa dos Pastorinhos de Fátima! Coloco os três, para que cada um vele e proteja os seus homónimos de Cabo Verde!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2021 «Vamos subir a Jerusalém...» (Mt 20, 18). Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade. Queridos irmãos e irmãs! Jesus, ao anunciar aos discípulos a sua paixão, morte e ressurreição como cumprimento da vontade do Pai, desvenda-lhes o sentido profundo da sua missão e convida-os a associarem-se à mesma pela salvação do mundo. Ao percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações pascais, recordamos Aquele que «Se rebaixou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Flp 2, 8). Neste tempo de conversão, renovamos a nossa fé, obtemos a «água viva» da esperança e recebemos com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo. Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo. O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa. 1. A fé chama-nos a acolher a Verdade e a tornar-nos suas testemunhas diante de Deus e de todos os nossos irmãos e irmãs Neste tempo de Quaresma, acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo significa, antes de mais, deixar-nos alcançar pela Palavra de Deus, que nos é transmitida de geração em geração pela Igreja. Esta Verdade não é uma construção do intelecto, reservada a poucas mentes seletas, superiores ou ilustres, mas é uma mensagem que recebemos e podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus, que nos ama ainda antes de nós próprios tomarmos consciência disso. Esta Verdade é o próprio Cristo, que, assumindo completamente a nossa humanidade, Se fez Caminho – exigente, mas aberto a todos – que conduz à plenitude da Vida. O jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. O jejum, assim entendido e praticado, ajuda a amar a Deus e ao próximo, pois, como ensina São Tomás de Aquino, o amor é um movimento que centra a minha atenção no outro, considerando-o como um só comigo mesmo [cf. Enc. Fratelli tutti (= FT), 93]. A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23). Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador. 2. A esperança como «água viva», que nos permite continuar o nosso caminho A samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, não entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma «água viva» (cf. Jo 4, 10-12); e, naturalmente, a primeira coisa que lhe vem ao pensamento é a água material, ao passo que Jesus pensava no Espírito Santo, que Ele dará em abundância no Mistério Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude. Já quando preanuncia a sua paixão e morte, Jesus abre à esperança dizendo que «ressuscitará ao terceiro dia» (Mt 20, 19). Jesus fala-nos do futuro aberto de par em par pela misericórdia do Pai. Esperar com Ele e graças a Ele significa acreditar que, a última palavra na história, não a têm os nossos erros, as nossas violências e injustiças, nem o pecado que crucifica o Amor; significa obter do seu Coração aberto o perdão do Pai. No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência (cf. Enc. Laudato si’, 32-33.43-44). É ter esperança naquela reconciliação a que nos exorta apaixonadamente São Paulo: «Reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20). Recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo de conversão, tornamo-nos, por nossa vez, propagadores do perdão: tendo-o recebido nós próprios, podemos oferecê-lo através da capacidade de viver um diálogo solícito e adotando um comportamento que conforta quem está ferido. O perdão de Deus, através também das nossas palavras e gestos, possibilita viver uma Páscoa de fraternidade. Na Quaresma, estejamos mais atentos a «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam» (FT, 223). Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença» (FT, 224). No recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar (cf. Mt 6, 6) e encontrar, no segredo, o Pai da ternura. Viver uma Quaresma com esperança significa sentir que, em Jesus Cristo, somos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), «sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça» (1 Ped 3, 15): a razão é Cristo, que dá a sua vida na cruz e Deus ressuscita ao terceiro dia. 3. A caridade, vivida seguindo as pegadas de Cristo na atenção e compaixão por cada pessoa, é a mais alta expressão da nossa fé e da nossa esperança A caridade alegra-se ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado... A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão. «A partir do “amor social”, é possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos» (FT, 183). A caridade é dom, que dá sentido à nossa vida e graças ao qual consideramos quem se encontra na privação como membro da nossa própria família, um amigo, um irmão. O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade. Aconteceu assim com a farinha e o azeite da viúva de Sarepta, que oferece ao profeta Elias o bocado de pão que tinha (cf. 1 Rs 17, 7-16), e com os pães que Jesus abençoa, parte e dá aos discípulos para que os distribuam à multidão (cf. Mc 6, 30-44). O mesmo sucede com a nossa esmola, seja ela pequena ou grande, oferecida com alegria e simplicidade. Viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, lembrando-nos da palavra que Deus dera ao seu Servo – «não temas, porque Eu te resgatei» (Is 43, 1) –, ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho. «Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade» (FT, 187). Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai. Que Maria, Mãe do Salvador, fiel aos pés da cruz e no coração da Igreja, nos ampare com a sua solícita presença, e a bênção do Ressuscitado nos acompanhe no caminho rumo à luz pascal. Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Martinho de Tours, 11 de novembro de 2020. Francisco

Quaresma: Mensagem do Papa propõe atenção particular a quem sofre por causa da pandemia

Quaresma: Mensagem do Papa propõe atenção particular a quem sofre por causa da pandemia

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

 

 

IDEIAS INSPIRADORAS NO E@D

@ Arte do SER-Professor em formato digital

04/02/2021

A presença pedagógica online do professor pode correr o risco de se tornar impessoal com o uso das ferramentas digitais. Sobretudo na modalidade a distância. Isto, caso não se tomem algumas medidas que considero preventivas. 

 

O que é que nos distingue enquanto professores, educadores, formadores? 

Nós próprios! 

É a nossa presença, a nossa voz, a nossa expressão facial e corporal, a nossa forma de explicar, o nosso humor, a nossa expressão, a nossa forma de vestir. 

E assim se pode gerar empatia com quem nos relacionamos. Tudo coisas que a máquina não substitui, como é claro!

É certo que a tecnologia, digital ou não, facilita alguns processos e procedimentos como a comunicação, a avaliação, a produção de instrumentos para a recolha de informação ou de diversos tipos de feedback, entre outros. Mas a nossa relação com a tecnologia deve ser humanizada e não desligada da sua real intenção, que é a aprendizagem

Pretende-se ter a máquina ao serviço dos humanos e não o inverso, para não cairmos na frieza, na relação impessoal entre os principais intervenientes no processo pedagógico-educativo mediado pelas máquinas e pelas aplicações informáticas – os professores e os alunos.

relação pedagógica é uma relação viva carregada de emoção, sinais e simbolismos. 

Não pretendendo entrar no campo da semiótica, pois certamente existirão estudos de qualidade desta ciência no campo da aprendizagem, a minha opinião é que caberá a cada um de nós a responsabilidade, o dever de «humanizar» o ensino a distância ou remoto de emergência.

Não podemos nem devemos recear o uso das tecnologias digitais. Elas permitem, por um lado, que em períodos de isolamento/confinamento, as funções da escola (socialização e aprendizagem) sejam perenes. Por outro lado, permitem melhores aprendizagens, ao mesmo tempo que facilitam e aliviam o trabalho dos professores. E, neste segundo caso, refiro-me às três modalidades – presencial, mista e a distância.

É aqui que surge @ Arte de SER-Professor em formato digital

Devemos utilizar as tecnologias digitais de modo personalizado e pessoal, «vestindo-as» com o nosso ADN. É desta forma que podemos aliviar um pouco a ausência humana física dos ambientes digitais. 

Dou-vos o seguinte cenário como exemplo. Um aluno abre uma tarefa numa plataforma. Vamos imaginar que seria impossível identificar o professor e a disciplina dessa tarefa. Se, mesmo assim, o aluno diz, «Ah, esta tarefa é do professor Vítor Bastos», é porque existe algo de diferenciador que permitiu que o aluno associasse a tarefa a esse professor. 

Como devem estar a pensar, convém que esta diferenciação seja positiva, por o professor ser inovador e, sobretudo, criativo! 

Recordo alguns trabalhos que solicitei aos alunos, no âmbito da minha disciplina (Geografia), como a construção, com recurso ao Minecraft, de paisagens/ambientes associados à diversidade edafoclimática do planeta. Recordo ainda algo mais simples: pedi aos alunos que fizessem uma síntese de um documento geográfico recorrendo, para isso, a um mapa conceptual (p. ex., Coogle ou Miro). Recordo ainda de pedir a criação de uma prancha (banda desenhada) na qual se explicava um determinado conteúdo geográfico (p. ex., Pixton). Recordo-me de pedir a criação de filmes síntese nos quais os alunos expuseram o percurso dos seus trabalhos, com os pontos fortes e fracos, bem como as dificuldades que tiveram na produção de um trabalho (p. ex., Flipgrid). Recordo, por fim, diversos forms nos quais solicitei que respondessem a várias questões para verificação das aprendizagens.

Reforço, em síntese, que é aqui que o professor pode ser diferenciador-humanizador no uso das tecnologias digitais. 

Não é só o tipo de tarefas que se propõe ou as ferramentas digitais que se escolhem para apoio às atividades e à aprendizagem. É, ao mesmo tempo, aquilo que de nós mesmos(as) colocamos nessas atividades e ferramentas – por exemplo, o layout gráfico e a linguagem utilizada. É essencial personalizar e dar o cunho pessoal.

Por fim considero que n’ @ Arte do SER-Professor em formato digital, é fundamental que o aluno sinta uma rede a ampará-lo. O acompanhamento das atividades com o necessário e inerente feedback será o elemento fundamental para esta humanização da tecnologia. 

Vamos colocar o nosso ADN nas tarefas pedagógicas que propomos aos nossos alunos!

E é esta a @ Arte do SER-Professor em formato digital, um título estranho para algo simples. 

 

Nota

O título deste artigo, bem como algumas ideias aqui expressas, surgiram de reflexões embebidas da leitura de um livro proposto por António Dias Figueiredo: Zen e a arte da manutenção de motocicletas, de Robert M. Pirsing.  

Por Vitor Bastos

Licenciado em Ensino da Geografia (FLUL); Mestre em Educação com a especialidade em Tecnologias Digitais (IEUL); Professor no Colégio Vasco da Gama; Microsoft Innovative Educator Expert (MIEE); Formador em Tecnologias Digitais Fundador de: iClass https://iclasscvg.com/ #somossolução (áreas: apoio a profissionais ligados à educação e formação, apoio a pais e alunos e ainda a recolha de equipamentos para as escolas emprestarem aos alunos).

https://auladigital.leya.com/blog/0aba75ad-a3e4-41f1-bc3b-964e18528ab9


 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

O declínio dos mestres e a ascensão dos influencers


O declínio dos mestres e a ascensão dos influencers: A Igreja Católica em diálogo com a arte e o pensamento.

O crescente influxo dos influenciadores corresponde – ao mesmo tempo como efeito e como causa – ao ocaso dos “mestres”, daqueles verdadeiros, que ensinavam a colocar estes problemas e a enfrentá-los com espírito crítico, propondo, não conselhos sobre a roupa ou gastronomia, mas perguntas de fundo decisivas para as escolhas públicas e privadas. E não se fala aqui apenas dos grandes intelectuais que em tempos orientavam a cultura da nossa sociedade. Quer nas famílias quer na escola, a capacidade dos “mestres” de propor aos jovens mensagens significativas é hoje imensamente inferior à de um qualquer influenciador.