Convite


" A Igreja convida-nos a aprender de Maria (...) a contemplar o projecto de amor do pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama."



Mensagem Bento XVI, Dia Mundial das Missões 2010
















sábado, 26 de novembro de 2011

ESTAMOS A COMEÇAR O TEMPO DO ADVENTO


AQUI FICA UMA CATEQUESE/FORMAÇÃO SOBRE ESTE TEMPO LITÚRGICO
1ª CATEQUESE/REFLEXÃO

O QUE É O ADVENTO?
Esta celebração festiva do mistério da Encarnação exige um tempo de preparação, que nos disponha a vivê-lo convenientemente: o Advento. Trata-se de um período curto de quatro Domingo, que começa no Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e prolonga-se até ao Natal (Normas sobre o Ano Litúrgico e o Calendário 40).
A palavra “advento” (do latim adventus) significa “vinda” ou “chegada”. Os romanos acreditavam que, uma vez por ano, as divindades vinham ao templo que lhes era dedicado; o termo “advento” servia para designar esse acontecimento. Mas o termo era usado igualmente para designar a visita do imperador a uma cidade. Compreende-se, pois, que na linguagem cristã a palavra tivesse sido adoptada para referir a “vinda de Cristo, o Senhor” no fim dos tempo (em grego parusia) e a sua vinda até nós, assumindo a nossa humanidade. O tempo do Advento é, assim, o tempo de preparação da vinda do Senhor: vinda na Encarnação (Natal), mas também a sua vinda gloriosa no final dos tempos (parusia). Trata-se, no fundo, de uma única realidade: a vinda histórica de Jesus, há dois mil anos, no seu nascimento, foi o começo da contínua vinda do Senhor, até ao fim dos tempos. Estas considerações estiveram na origem do tempo do Advento. Assim, segundo as Normas sobre o Ano Litúrgico e o Calendário, “o Tempo do Advento tem dupla característica: é tempo de preparação para a solenidade do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus aos homens; simultaneamente é tempo em que, comemorando esta primeira vinda, o nosso espírito se dirige para a expectativa da Segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por estes dois motivos, o Advento apresenta-se-nos como um tempo de piedosa e alegre expectativa” (39).
Esta última indicação é importante: este não é um tempo penitencial, como a Quaresma. É tempo de sobriedade, mas é também “tempo de piedosa e alegre expectativa”. É claro que há um apelo contínuo à conversão, mas no sentido de nos prepararmos interiormente para a vinda do Senhor, que veio, vem e virá.
Como em todos os tempos litúrgicos, um elemento fundamental para perceber o seu sentido é a Palavra de Deus, as leituras que a liturgia nos propõe ao longo deste período. Ora, nos Domingos do Advento “as leituras do Evangelho têm uma característica própria: referem-se à vinda do Senhor no fim dos tempos (primeiro Domingo), a João Baptista (segundo e terceiro Domingo), aos acontecimentos que prepararam de perto o Nascimento do Senhor (quarto Domingo). As leituras do Antigo Testamento são profecias acerca do Messias e do tempo messiânico, tomadas principalmente do livro de Isaías. As leituras do Apóstolo apresentam exortações e proclamações de acordo com as diversas características deste tempo” (Ordenamento das Leituras da Missa 93).
Quanto aos dias feriais, há “duas séries de leituras, uma a utilizar desde o início até ao dia 16 de Dezembro, e a outra desde o dia 17 até ao dia 24” (Ordenamento das Leituras da Missa 94). Assim, é-nos proposta uma certa progressividade: “Na primeira parte do Advento, temos a leitura do livro de Isaías distribuída segundo a ordem do livro […] Os Evangelhos destes dias foram escolhidos tendo em conta a primeira leitura. A partir da quinta-feira da segunda semana, começam as leituras do Evangelho sobre João Baptista; a primeira leitura ou é a continuação do livro de Isaías, ou um texto escolhido em função do Evangelho. Na última semana antes do Natal do Senhor, apresentam-se os acontecimentos que prepararam de imediato o nascimento do Senhor, tomados do Evangelho de São Mateus (cap. 1) e de São Lucas (cap. 1). Para a primeira leitura, escolheram-se, tendo em conta o Evangelho do dia, textos do Antigo Testamento entre os quais se encontram alguns vaticínios messiânicos de grande importância” (Ordenamento das Leituras da Missa 94)
Três figuras principais emergem destas leituras como grandes figuras do Advento: o profeta Isaías, João Baptista e Maria. Isaías é o grande profeta da esperança messiânica. S. Jerónimo diria que Isaías era “o evangelista do Antigo Testamento”. Maria é o melhor modelo de vivência do Advento, precisamente por ter sido ela a viver de modo mais intenso o primeiro Advento. Na Anunciação, Maria manifesta toda a sua disponibilidade ao plano de Deus, mostra uma confiança total na Palavra de Deus, apesar de não compreender “como será”. Como refere a Constituição sobre a Igreja, Lumen Gentium, “com Maria passada a longa espera da promessa, cumprem-se os tempos e inaugura-se a nova economia da salvação” (55). O período do Advento e Tempo do Natal são os mais marianos de todo o ano litúrgico. João Baptista é uma das figuras marcantes do tempo de Advento: é o Precursor do Messias, o arauto da sua chegada, aquele que prepara os corações para acolher o Senhor que vem. Filho de uma estéril, o seu nascimento fora já sinal da chegada iminente dos tempos messiânicos. O momento alto da sua vida foi, contudo, o da realização da sua missão de Precursor, convidando no deserto à conversão e à espera vigilante, tal como testemunham os quatro evangelistas.
“Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. A voz profética de João, o profeta no limiar do Antigo e do Novo Testamento, clama: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. O apelo à conversão é o núcleo da sua mensagem, como será depois o início da pregação de Jesus. Não é possível acolher aquele que vem, sem um esforço real de conversão, sem essa mudança de mentalidade, de direcção. A vinda do Senhor está iminente. Não se pode perder tempo. Por isso, as palavras do Baptista aparecem marcadas pela urgência, pela intensidade, pela violência. A conversão é necessária hoje. É necessário produzir agora frutos de arrependimento e de verdadeira conversão, isto é, de mudança de direcção em todos os aspectos da vida que signifiquem afastamento de Deus, ou resistência à sua acção.
Pe. Carlos Cabecinhas

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