Convite
" A Igreja convida-nos a aprender de Maria (...) a contemplar o projecto de amor do pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama."
Mensagem Bento XVI, Dia Mundial das Missões 2010
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Nasceu o Salvador
(Fotos do Natal de 2011, em Cabo Verde, Natal ÚNICO e verdadeiramente ESPECIAL na minha vida.)
“O Natal, como todos sabemos, não são as lindas iluminações, as árvores de Natal, nem sequer o presépio, menos ainda as compras, as prendas, o “Pai Natal!”… Tudo isto pode ter o seu sentido e ajudar-nos a chegar a chegar a Jesus. O Natal é ELE. É o seu nascimento, a Sua festa, o dia de anos do nosso Salvador, o Messias Senhor.
Celebrar o Natal é um acto de fé profunda no amor louco de Deus que veio ao nosso encontro feito Menino. Aquela criança deitada na manjedoura e nascida de Maria, no curral em Belém, é nosso Deus, é nosso Rei, é nosso Senhor e Salvador. O Natal é a recordação jubilosa do seu nascimento.
Se Ele não nasce em nós, não renasce em nós, nas nossas vidas, nos nossos corações, não há natal autêntico, evangélico. (…) Sem isto, não celebramos Natal, pois em nós não há “nascimento”, não renascemos para Deus, para a graça, para a santidade, para a verdade, para a justiça, para a caridade. Só deste modo há Natal verdadeiro. Ele em nós, nós n’Ele.
Não brinquemos ao Natal(…) Sejamos alegres porque vamos ao encontro do Menino que está presente no pobre, no doente, no idoso, no que vive só. Só assim há verdadeiro Natal! Nasceu o Salvador. Saibamos acolhê-lo e dá-lo aos outros.(…) Sem Ele, não há festa verdadeira.”
Pe. Dário Pedroso, sj.
sábado, 24 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
MENSAGEM DE MADRE TERESA DE CALCUTÁ
Para nos ajudar a viver esta semana que antecede o NATAL..
“O amor, para ser verdadeiro, tem de doer. Não basta dar o supérfluo a quem necessita, é preciso dar até que isso nos machuque.”
, dai-me alguém que necessite de consolo. Quando minha cruz parecer pesada, deixe-me compartilhar a cruz do outro.
Quando me achar pobre, ponde a meu lado alguém necessitado. Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos. Quando sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém.
Quando estiver desanimada, dai-me alguém a quem eu dê um novo ânimo. Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que precise da minha. Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém a quem eu tenha de atender
Quando pensar em mim mesma, voltai minha atenção para outra pessoa.
Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje.
Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.
Madre Teresa de CalcutáOração
Senhor, quando eu tiver fome, dai-me alguém que necessite de comida. Quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água. Quando sentir frio, dai-me alguém que necessite de calor.
Quando tiver um aborrecimento, dai-me alguém que necessite de consolo. Quando minha cruz parecer pesada, deixe-me compartilhar a cruz do outro.
Quando me achar pobre, ponde a meu lado alguém necessitado. Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos. Quando sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém.
Quando estiver desanimada, dai-me alguém a quem eu dê um novo ânimo. Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que precise da minha. Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém a quem eu tenha de atender
Quando pensar em mim mesma, voltai minha atenção para outra pessoa.
Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje.
Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.
Madre Teresa de Calcutá
sábado, 17 de dezembro de 2011
ORAÇÃO EM MEMÓRIA DE CESÁRIA ÉVORA
Senhor da Vida e da morte
do Princípio e do Fim,
hoje Te damos graças
pelo dom da voz, da música e da arte
... que são dons da Tua imensa bondade.
Obrigado Senhor pelos talentos
que a Tua filha Cesária Évora
cantou e musicou por todo o mundo.
Te dou graças Senhor, pela sua simplicidade,
pela sua humildade manifestadas
nos seus pés descalços andantes por
todas as latitudes de raças e culturas.
Acolhe a sua vida, no Teu Reino
e Dá-lhe a paz e a serenidade eternas.
E que o seu exemplo seja, para todo
o povo de Cabo Verde, sinal de grandeza
na pequenez e na simplicidade.
Amén
do Princípio e do Fim,
hoje Te damos graças
pelo dom da voz, da música e da arte
... que são dons da Tua imensa bondade.
Obrigado Senhor pelos talentos
que a Tua filha Cesária Évora
cantou e musicou por todo o mundo.
Te dou graças Senhor, pela sua simplicidade,
pela sua humildade manifestadas
nos seus pés descalços andantes por
todas as latitudes de raças e culturas.
Acolhe a sua vida, no Teu Reino
e Dá-lhe a paz e a serenidade eternas.
E que o seu exemplo seja, para todo
o povo de Cabo Verde, sinal de grandeza
na pequenez e na simplicidade.
Amén
Cesária Évora
17 Dez, 17:40h
Poema de Morgadinho
ADEUS "CIZE" ADEUS CRIOLA
Adeus "Cize " adeus criola
Mundo, câ tâ cabà
Vida tâ continua
E... bô voz tâ f'cà !.
///
Adeus “ Cize" adeus criola
Vida tem ligria
Vida tem tristeza
Mà bô garganta... ê nôs riqueza!..
//
Adeus "Cize" adeus criola
Mi mà... "nhâ trompete"
Tâ desejo-be
Paz e desconse na bô alma!...
//
Adeus " Cize " adeus criola
Jà nunca mais, nô tâ uvi
Na bô garganta... A MORNA "CIZE"!..
MORGADINHO
sábado, 10 de dezembro de 2011
http://youtu.be/_vLZ62pNH_8 – 3º Domingo do Advento - Domingo da Alegria
"Alegrai-vos empre no Senhor. Exultai de alegria: o Senhor está perto."
"Alegrai-vos empre no Senhor. Exultai de alegria: o Senhor está perto."
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
[ Em 1646, Portugal ajoelhou por inteiro aos pés da sua Rainha, a Imaculada Conceição. Esse gesto de então foi feito em perfeita comunhão nacional, a uma só voz, como se de uma só pessoa se tratasse. Em 2009, 363 anos depois, abre-se como medida de um círculo um novo ciclo de tempo. Não se repetindo a História, parece, contudo, repetir-se similar atmosfera de incerteza e de angústia... Vivemos hoje tão absolutamente subjugados ao domínio do relativismo e da tecnologia, que quase tomamos o Divino como inexistente e a natureza como adjacente. Neste vazio dificilmente imaginamos os Portugueses do nosso tempo abertos e confiantes no gesto admirável dos de outrora. Nao se repetindo, é certo, a História, pode, todavia, cada um de nós, em seu íntimo e como decisão vital, tornar-se fiel filho/servo da mesma Mãe/Rainha Imaculada, tal como há 363 anos o fez D. João IV. Ao fazê-lo, cada um ampliará num eco e na infinitude do seu coração o infinito amor a Nossa Senhora da Conceição, amor que os nossos antepassados semearam em nós. Agora, não sendo Portugal que se levanta como um só, é cada um que se levanta como sendo Portugal. Que se abra, pois, o nosso coração na terra fértil onde possam crescer livremente as flores que Maria Santíssima, por Jesus Cristo Nosso Senhor, deposita no trono do Pai Celeste. Portugal, na sua Gloriosa História, sempre defendeu a Conceição Imaculada de Nossa Senhora. Floresceu esta particular devoção no séc. XIII, e já no séc. XIV, em 1320, foi introduzida a festa da Imaculada Conceição por D. Raimundo, Bispo de Coimbra. Com a morte do Cardeal-Rei D. Henrique, em 1580 sobe ao trono durante um mês D. António, o Prior do Crato, que foi derrotado na Batalha de Alcântara, pelo exército enviado por Filipe II de Espanha, ficando Portugal sob o dominio espanhol durante quase 60 anos. Em 1639, começa-se a “preparar terreno” para a ascenção da Casa de Bragança ao trono, assim, após a revolução de 1 de Dezembro de 1640, D. João, Duque de Bragança, desloca-se para Lisboa onde foi aclamado Rei e logo depois manda celebrar na Capela Real, a 8 de Dezembro, imponente solenidade em honra de Maria Santíssima. O Rei “Restaurador” sentia o desejo de engradecer a Mãe de Deus por tantas graças concedidas a Portugal por Sua intercessão e, assim, no dia 25 de Março de 1646, estanto as cortes reunidas com o seu soberano, foi lida pelo secretário de Estado (depois de joelhos pelo Monarca) a Provisão Régia onde El-Rei consagrava Rainha de Portugal Nossa Senhora, desta forma os Monarcas Portugueses acharam por bem abdicarem da coroa nas suas cabeças, passando a serem representados ao lado da mesma. Mais tarde, no reinado de D. Pedro II, o Papa Clemente X respondeu ao pedido de D. João IV que a Imaculada Conceição fosse a “Senhora das terras Lusitanas”. O Papa enviou um breve Apostólico: “Exima dilectissima”, dado a 8 de Maio de 1671, confirmando a eleição de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira principal de Portugal. No proximo dia 25 de Março, Vila Viçosa, o altar da Pátria Portuguesa, volta a enfeitar-se em trono florido, sob o manto azulíssimo de Maria Rainha, qual céu protector, ao qual ajoelhe cada Português e que ao erguer-se, se saiba semente fértil e flor pequenina, flor aberta para sempre à Majestade e Grandeza Paternal e Amorosa de Deus. ]
Seminarista Tiago Pacheco Pinto
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
http://www.youtube.com/watch?v=nhxf2Xg4xGc&feature=share Postal de Natal
HÁBITOS DE RICO
Os portugueses, todos os portugueses, sofrem um único problema: hábitos de rico. Dívidas, falências, austeridade vêm daqui: acostumámo-nos ao que não podemos pagar.
Dizer isto é escandaloso. "Rico! Eu! Hábitos de rico têm os corruptos, políticos e poderosos, que gastam demais e arruínam o País. Mas pobres e classe média, não! Isso é truque para desculpar os grandes."
A culpa de corruptos e responsáveis é evidente, e muitos estão a sair impunes. Mas ela não chega para explicar um buraco deste tamanho. O problema do País é que todos gastam um bocadinho mais do que podem. Não é muito, mas esse pouco multiplicado por milhões de cidadãos honestos dá uma fortuna. Uma praga de gafanhotos come mais que meia dúzia de elefantes.
Os hábitos de rico não nos devem admirar porque os vemos bem, com outro nome. Chamam--se "critérios europeus". Todos exigem níveis comunitários, que são apenas hábitos de rico. Isso vê-se, primeiro porque essas exigências são as dos nossos parceiros mais abastados que nós, com quem convergimos, mais nos costumes de consumo que nas práticas de trabalho. Segundo, porque evidentemente não o conseguimos pagar, como mostra a dívida nacional que se acumulou inexoravelmente.
Outra prova de que o problema é geral, e não só dos chefes, está nos protestos destes dias. Muitos se indignam pelos cortes que aí vêm. A revolta é compreensível, exigindo que os ricos paguem. Mas ao mesmo tempo ela mostra como todos beneficiámos do trem de vida nacional, que se mostrou insustentável. Protestamos pelas reduções nos transportes, hospitais, escolas, sem reparar que o défice desses serviços, que todos usávamos, manifesta que eles estavam dimensionados para um nível que não podemos suportar. Aliás, quem fez a suposta "greve geral" foram só esses sectores protegidos. Funcionários, serviços públicos e afins podem reclamar, enquanto os mais afectados nunca se dão a esse luxo. Em Portugal os pobres não têm tempo para manifestações.
Tudo isto significa que a questão não está tanto na gravidade da situação, mas na disparidade entre realidade e expectativa. Se o pior dos colapsos económicos se vier a verificar, Portugal terá nos próximos tempos um nível de vida semelhante ao de há 15 anos. Isto é evidente exagero, implicando uma catástrofe que ninguém sensatamente prevê. Mas mesmo que esse cenário tão negro se concretizasse, temos de dizer que nos deixaria numa situação razoável. Aqueles que cá viviam em 1996 não se davam assim tão mal. Como é possível que essa circunstância, então aceitável, agora inspire tanto terror? Simplesmente porque as nossas ambições cresceram imenso nestes 15 anos. Ganhámos hábitos de rico.
Os sinais vêem-se em todo o lado. Hoje só andamos de carro com colete reflector, gasolina sem chumbo, inspecção periódica. Os períodos de chuva são "alerta amarelo na meteorologia". Não se vive sem TV por cabo com dezenas de canais e pelo menos dois telemóveis. Isto para não falar nas múltiplas exigênci-as de directivas eu- ropeias, ASAE, etc. Tudo coisas que há anos ninguém tinha, vivendo feliz, e se transformaram em necessidades básicas.
Isso também se manifesta no terrível drama do desemprego, o mais elevado de sempre, ao lado da enorme comunidade imigrante, também maior que nunca, que faz os trabalhos que os portugueses não querem. Dizemos que a solução nacional está na agricultura, pescas e indústria, mas ninguém quer ir para os campos, embarcar ou ser operário. Essas apostas estratégicas só seriam realizáveis com ucranianos, que também fazem funcionar outros sectores.
Encontramo-nos hoje na situação dramática dos nobres falidos, educados numa abundância que entretanto acabou. Esses são mais miseráveis que os seus criados, pois nem sequer sabem o que fazer para governar a vida.
Se o problema é este, qual a saída? Castigar corruptos e terminar abusos é indispensável, mas não chega. É preciso mudar de hábitos. Não há escolha. Falhar no programa da troika e sair do euro implicaria um colapso tal que os sacrifícios actuais pareceriam suaves.
JOÃO CÉSAR DAS NEVES
DN 20111205
domingo, 4 de dezembro de 2011
Advento
Advento, tempo de espera. Não apenas de um dia, mas daquilo que os dias, todos os dias, de forma silenciosa, transportam: a Vida, o mistério apaixonante da Vida que em Jesus de Nazareth principiou.
Advento, tempo de redescobrir a novidade escondida em palavras tão frágeis como "nascimento", "criança", "rebento".
Advento, tempo de escutar a esperança dos profetas de todos os tempos. Isaías e Bento XVI. Miqueias e Teresa de Calcutá.
Advento, tempo de preparar, mais do que consumir. Tempo de repartir a vida, mais do que distribuir embrulhos.
Advento, tempo de procura, de inconformismo, até de imaginação para que o amor, o bem, a beleza possam ser realidades e não apenas desejos para escrever num cartão.
Advento, tempo de dar tempo a coisas, talvez, esquecidas: acender uma vela; sorrir a um anjo; dizer o quanto precisamos dos outros, sem vergonha de parecermos piegas.
Advento, tempo de se perguntar: "há quantos anos, há quantos longos meses desisti de renascer?"
Advento, tempo de rezarmos à maneira de um regato que, em vez de correr, escorre limpidamente.
Advento, tempo de abrir janelas na noite do sofrimento, da solidão, das dificuldades e sentir-se prometido às estrelas, não ao escuro.
Advento, tempo para contemplar o infinito na história, o inesperado no rotineiro, o divino no humano, porque o rosto de um Homem nos devolveu o rosto de Deus.
P. José Tolentino Mendonça
© SNPC | 04.12.11
sábado, 3 de dezembro de 2011
2º Domingo do Advento
2ª CATEQUESE/REFLEXÃO
História do Advento
Desenvolvimento histórico do tempo litúrgico do Advento
Não pode ser determinada com exactidão quando foi introduzida na Igreja a celebração do Advento. A preparação para a festa de Natal não deve ser anterior à existência da própria festa, e desta não encontramos evidência antes do final do século IV quando era celebrada em toda a Igreja, por alguns no dia 25 de Dezembro, por outros em 6 de Janeiro.
Por razões históricas, a festa do nascimento de Cristo não pode ser celebrada, publicamente, nos primeiros séculos da Igreja. Apenas em 313, passou a ser reconhecida e protegida pelo Imperador romano, Constantino. Alguns anos mais tarde, por volta de 330, esta festa foi instituída, para dar um sentido novo a uma festa pagã, que lhe era anterior: a festa do solstício de Inverno, que tinha sido criada por Aureliano, no ano de 274. Com esta festa, os romanos celebravam antecipadamente a fertilidade dos campos e o “nascimento” do sol. Os cristãos deram uma dimensão totalmente original, substituindo o astro-sol pelo “Verdadeiro Sol”, o “Sol da Justiça”, o único que traz a vida ao mundo, Jesus Cristo.
Lemos nas actas de um sínodo de Zaragoza, em 380, um cânon que prescreve que desde 17 de Dezembro até à festa da Epifania ninguém deveria faltar na igreja. Temos duas homilias de São Máximo, Bispo de Turim (415-466), intituladas "In Adventu Domini", mas não fazem referência a nenhum tempo especial. O título pode ser a adição de um copista. Existem algumas homilias, provavelmente a maior parte de São Cesáreo, Bispo de Arles (502-542), nas quais encontramos menção de uma preparação antes do Natal; todavia, a julgar pelo contexto, não parece que exista nenhuma lei geral sobre a matéria. Um sínodo desenvolvido (581) em Macon, na Gália, em seu nono cânon, ordena que desde o dia 11 de Novembro até ao Natal o Sacrifício seja oferecido de acordo com o rito quaresmal nas Segundas, Quartas e Sextas-feiras da semana. O Sacramentário Gelasiano anota cinco domingos para o tempo; estes cinco eram reduzidos a quatro pelo Papa São Gregório VII (1073-85). A colecção de homilias de São Gregório Magno (590-604) começa com um sermão para o segundo Domingo de Advento. No ano 650, o Advento era celebrado na Espanha com cinco Domingos. Vários sínodos fizeram cânones sobre os jejuns a observar durante este tempo, alguns começavam no dia 11 de Novembro, outros no 15, e outros com o equinócio de Outono. Outros sínodos proibiam a celebração do matrimónio. Na Igreja grega não encontramos documentos sobre a observância do Advento até ao século VIII. Teodoro o Estudita (m. 826), que falou das festas e jejuns celebrados comumente pelos Gregos, não faz menção deste tempo. No século VIII, desde o dia 15 de Novembro até ao Natal, é observado não como uma celebração litúrgica, mas como um tempo de jejum e abstinência que foi posteriormente reduzido a 7 dias. Mas um concílio dos Rutenianos (1720) ordenava o jejum de acordo com a velha regra desde o 15 de Novembro. Esta é a regra ao menos para alguns dos Gregos. De maneira similar, os ritos Ambrosiano e Moçárabe não têm liturgia especial para o Advento, mas somente o jejum.
Desenvolvimento histórico do tempo litúrgico do Advento
Não pode ser determinada com exactidão quando foi introduzida na Igreja a celebração do Advento. A preparação para a festa de Natal não deve ser anterior à existência da própria festa, e desta não encontramos evidência antes do final do século IV quando era celebrada em toda a Igreja, por alguns no dia 25 de Dezembro, por outros em 6 de Janeiro.
Por razões históricas, a festa do nascimento de Cristo não pode ser celebrada, publicamente, nos primeiros séculos da Igreja. Apenas em 313, passou a ser reconhecida e protegida pelo Imperador romano, Constantino. Alguns anos mais tarde, por volta de 330, esta festa foi instituída, para dar um sentido novo a uma festa pagã, que lhe era anterior: a festa do solstício de Inverno, que tinha sido criada por Aureliano, no ano de 274. Com esta festa, os romanos celebravam antecipadamente a fertilidade dos campos e o “nascimento” do sol. Os cristãos deram uma dimensão totalmente original, substituindo o astro-sol pelo “Verdadeiro Sol”, o “Sol da Justiça”, o único que traz a vida ao mundo, Jesus Cristo.
Lemos nas actas de um sínodo de Zaragoza, em 380, um cânon que prescreve que desde 17 de Dezembro até à festa da Epifania ninguém deveria faltar na igreja. Temos duas homilias de São Máximo, Bispo de Turim (415-466), intituladas "In Adventu Domini", mas não fazem referência a nenhum tempo especial. O título pode ser a adição de um copista. Existem algumas homilias, provavelmente a maior parte de São Cesáreo, Bispo de Arles (502-542), nas quais encontramos menção de uma preparação antes do Natal; todavia, a julgar pelo contexto, não parece que exista nenhuma lei geral sobre a matéria. Um sínodo desenvolvido (581) em Macon, na Gália, em seu nono cânon, ordena que desde o dia 11 de Novembro até ao Natal o Sacrifício seja oferecido de acordo com o rito quaresmal nas Segundas, Quartas e Sextas-feiras da semana. O Sacramentário Gelasiano anota cinco domingos para o tempo; estes cinco eram reduzidos a quatro pelo Papa São Gregório VII (1073-85). A colecção de homilias de São Gregório Magno (590-604) começa com um sermão para o segundo Domingo de Advento. No ano 650, o Advento era celebrado na Espanha com cinco Domingos. Vários sínodos fizeram cânones sobre os jejuns a observar durante este tempo, alguns começavam no dia 11 de Novembro, outros no 15, e outros com o equinócio de Outono. Outros sínodos proibiam a celebração do matrimónio. Na Igreja grega não encontramos documentos sobre a observância do Advento até ao século VIII. Teodoro o Estudita (m. 826), que falou das festas e jejuns celebrados comumente pelos Gregos, não faz menção deste tempo. No século VIII, desde o dia 15 de Novembro até ao Natal, é observado não como uma celebração litúrgica, mas como um tempo de jejum e abstinência que foi posteriormente reduzido a 7 dias. Mas um concílio dos Rutenianos (1720) ordenava o jejum de acordo com a velha regra desde o 15 de Novembro. Esta é a regra ao menos para alguns dos Gregos. De maneira similar, os ritos Ambrosiano e Moçárabe não têm liturgia especial para o Advento, mas somente o jejum.
3ª CATEQUESE/REFLEXÃO
Teologia e Espiritualidade do Advento
Para os cristãos, este termo indica a vinda do Messias, longamente esperado, concretizada na Encarnação de Jesus Cristo. Contudo, o Advento de Jesus apenas se realizará, totalmente, com a sua vinda gloriosa e final, nos fins dos tempos, o qual a Igreja peregrinante espera, vigilante e jubilosamente. De resto, a palavra “advento” deriva do latim “ adventus”, vinda.
O Mistério da Encarnação do próprio Filho de Deus, que se fez Homem tal como nós, não deixa de provocar emoção e júbilo nos cristãos de todos os tempos. De facto, só à luz da Sua morte e Ressurreição, a Sua encarnação ganha pleno sentido. Toda a Sua vida é redentora. Com o seu nascimento, teve início a nossa salvação. Este mistério sempre fez suscitar a necessidade dum tempo de preparação e aprofundamento do nascimento de Jesus e da Parusia (vinda gloriosa, no fim dos tempos).
À luz da liturgia da Igreja podemos resumir algumas linhas do pensamento teológico e da vivência existencial deste tempo de graça.
1. Advento, tempo de Cristo: a dupla vinda
A teologia litúrgica do Advento orienta-se em duas perspectivas: a espera da Parusia, revivida com os textos messiânicos escatológicos do Antigo Testamento, e a perspectiva do Natal, que renova a memória de algumas destas promessas, já cumpridas, ainda que não definitivamente.
O tema da espera é vivido na Igreja com a mesma oração que ressoava na assembleia cristã primitiva: o Marana-tha (Vem Senhor) ou Maran-athá (o Senhor vem) dos textos de Paulo (1 Cor 16,22) e do Apocalipse (Ap 22,20), que se encontra também na Didaché e, hoje, numa das aclamações da oração eucarística. Todo o Advento ressoa como um "Marana-thá" nas diferentes modulações que esta oração adquire nas preces da Igreja.
A palavra do Antigo Testamento convida a repetir na vida a espera dos justos que aguardavam o Messias; a certeza da vinda de Cristo na carne estimula a renovar a espera da última aparição gloriosa na qual as promessas messiânicas terão total cumprimento, já que até hoje se cumpriram só parcialmente. O primeiro prefácio de Advento canta esplendidamente esta complexa, mas verdadeira, realidade da vida cristã.
O tema da espera do Messias e a comemoração da preparação para este acontecimento salvífico atinge o auge nos dias que precedem o Natal. A Igreja sente-se submersa na leitura profética dos oráculos messiânicos. Lembra-se de nossos Pais na Fé, escuta Isaías, recorda o pequeno núcleo dos “anawim” de Yahvé que está ali para esperá-lo: Zacarias, Isabel, João, José, Maria.
O Advento é, pois, uma intensa e concreta celebração da longa espera na história da salvação, com o descobrimento do mistério de Cristo ao longo de toda a Escritura. Esta celebração sugere a leitura da nossa história como uma presença e uma espera de Cristo que vem.
O Advento é uma redescoberta da centralidade de Cristo na História da Salvação. Através dos seus títulos messiânicos (Messias, Libertador, Salvador, Esperado das nações, Anunciado pelos profetas) ele é visto como a personagem central, a chave do arco de uma história, da história da salvação.
2. Advento tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera
O Advento é, por excelência, o tempo mariano do ano litúrgico. Paulo VI expressa isso com toda a autoridade na “Marialis Cultus” (3-4).
Historicamente a memória de Maria na liturgia surgiu com a leitura do Evangelho da Anunciação antes do Natal naquele que, com razão, foi chamado o domingo mariano prenatalício.
Hoje o Advento recupera plenamente este sentido com uma série de elementos marianos da liturgia, que podemos sintetizar da seguinte maneira:
– Desde os primeiros dias do Advento há elementos que recordam a espera e a acolhida do mistério de Cristo por parte da Virgem de Nazaré.
– A solenidade da Imaculada Conceição celebra-se como "preparação radical à vinda do Salvador e feliz principio da Igreja sem mancha nem ruga” (Marialis Cultus 3).
– Dos dias 17 a 24, o protagonismo litúrgico da Virgem é muito característico nas leituras bíblicas, no terceiro prefácio de Advento, que recorda a espera da Mãe, em algumas orações, como a do dia 20 de Dezembro que nos traz um antigo texto do Rótulo de Ravena, ou na oração sobre as oferendas do IV domingo, que é uma epiclese significativa que une o mistério eucarístico com o mistério de Natal num paralelismo entre Maria e a Igreja na obra do único Espírito.
Numa formosa síntese de títulos, I. Calabuig apresenta assim a figura da Virgem do Advento:
- é a "Cheia de graça", a "bendita entre as mulheres", a "Virgem", a "Esposa de Jesus", a "serva do Senhor";
- é a mulher nova, a nova Eva que restabelece e recapitula no desígnio de Deus pela obediência da fé o mistério da salvação;
- é a Filha de Sião, a que representa o Antigo e o Novo Israel;
- é a Virgem do “fiat”, a Virgem fecunda, a Virgem que escuta e acolhe.
Na sua exemplaridade para a Igreja, Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão que a liturgia tem sempre na sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata dAquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.
Na feliz subordinação de Maria a Cristo e na necessária união com o mistério da Igreja, Advento é o tempo da Filha de Sião, Virgem da espera que no "fiat" antecipa o Marana-thá da Esposa; como Mãe do Verbo Encarnado, humanidade cúmplice de Deus, tornou possível o seu ingresso definitivo, no mundo e na história do homem.
3. Advento, tempo da Igreja missionária e peregrina
A liturgia, com o seu realismo e os seus conteúdos, põe a Igreja num tempo de características e expressões espirituais: a espera, a esperança, a oração pela salvação universal.
Preparando-nos para a festa de Natal, pensamos nos justos do AT que esperaram a primeira vinda do Messias. Lemos os oráculos dos seus profetas, cantamos seus salmos e recitamos suas orações. Mas não fazemos isto pondo-nos em seu lugar como se o Messias ainda não tivesse vindo, mas para apreciar melhor o dom da salvação que nos trouxe. O Advento para nós é um tempo real. Podemos recitar com toda verdade a oração dos justos do AT e esperar o cumprimento das profecias porque estas ainda não se realizaram plenamente; cumprir-se-ão com a segunda vinda do Senhor. Devemos esperar e preparar esta última vinda.
No realismo do Advento podemos recolher algumas actualizações para a oração litúrgica e participação da comunidade:
– A Igreja ora por um Advento pleno e definitivo, por uma vinda de Cristo para todos os povos da terra que ainda não conheceram o Messias ou não reconhecem ainda o único Salvador.
– A Igreja recupera no Advento a sua missão de anúncio do Messias a todas as gentes e a consciência de ser "reserva de esperança" para toda a humanidade, com a afirmação de que a salvação definitiva do mundo deve vir de Cristo com a sua definitiva presença escatológica.
– Num mundo marcado por guerras e contrastes, as experiências do povo de Israel e as esperas messiânicas, as imagens utópicas da paz e da concórdia, tornam-se reais na história da Igreja de hoje que possui a actual "profecia" do Messias Libertador.
– Na renovada consciência de que Deus não desdiz as suas promessas –confirma-o o Natal! – a Igreja através do Advento renova a sua missão escatológica para o mundo, exercita a sua esperança, projecta todos os homens um futuro messiânico do qual o Natal é primícia e confirmação preciosa.
À luz do mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a experiência de ser agora "como uma Maria histórica" que possui e dá aos homens a presença e a graça do Salvador.
A espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo, Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem.
O Mistério da Encarnação do próprio Filho de Deus, que se fez Homem tal como nós, não deixa de provocar emoção e júbilo nos cristãos de todos os tempos. De facto, só à luz da Sua morte e Ressurreição, a Sua encarnação ganha pleno sentido. Toda a Sua vida é redentora. Com o seu nascimento, teve início a nossa salvação. Este mistério sempre fez suscitar a necessidade dum tempo de preparação e aprofundamento do nascimento de Jesus e da Parusia (vinda gloriosa, no fim dos tempos).
À luz da liturgia da Igreja podemos resumir algumas linhas do pensamento teológico e da vivência existencial deste tempo de graça.
1. Advento, tempo de Cristo: a dupla vinda
A teologia litúrgica do Advento orienta-se em duas perspectivas: a espera da Parusia, revivida com os textos messiânicos escatológicos do Antigo Testamento, e a perspectiva do Natal, que renova a memória de algumas destas promessas, já cumpridas, ainda que não definitivamente.
O tema da espera é vivido na Igreja com a mesma oração que ressoava na assembleia cristã primitiva: o Marana-tha (Vem Senhor) ou Maran-athá (o Senhor vem) dos textos de Paulo (1 Cor 16,22) e do Apocalipse (Ap 22,20), que se encontra também na Didaché e, hoje, numa das aclamações da oração eucarística. Todo o Advento ressoa como um "Marana-thá" nas diferentes modulações que esta oração adquire nas preces da Igreja.
A palavra do Antigo Testamento convida a repetir na vida a espera dos justos que aguardavam o Messias; a certeza da vinda de Cristo na carne estimula a renovar a espera da última aparição gloriosa na qual as promessas messiânicas terão total cumprimento, já que até hoje se cumpriram só parcialmente. O primeiro prefácio de Advento canta esplendidamente esta complexa, mas verdadeira, realidade da vida cristã.
O tema da espera do Messias e a comemoração da preparação para este acontecimento salvífico atinge o auge nos dias que precedem o Natal. A Igreja sente-se submersa na leitura profética dos oráculos messiânicos. Lembra-se de nossos Pais na Fé, escuta Isaías, recorda o pequeno núcleo dos “anawim” de Yahvé que está ali para esperá-lo: Zacarias, Isabel, João, José, Maria.
O Advento é, pois, uma intensa e concreta celebração da longa espera na história da salvação, com o descobrimento do mistério de Cristo ao longo de toda a Escritura. Esta celebração sugere a leitura da nossa história como uma presença e uma espera de Cristo que vem.
O Advento é uma redescoberta da centralidade de Cristo na História da Salvação. Através dos seus títulos messiânicos (Messias, Libertador, Salvador, Esperado das nações, Anunciado pelos profetas) ele é visto como a personagem central, a chave do arco de uma história, da história da salvação.
2. Advento tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera
O Advento é, por excelência, o tempo mariano do ano litúrgico. Paulo VI expressa isso com toda a autoridade na “Marialis Cultus” (3-4).
Historicamente a memória de Maria na liturgia surgiu com a leitura do Evangelho da Anunciação antes do Natal naquele que, com razão, foi chamado o domingo mariano prenatalício.
Hoje o Advento recupera plenamente este sentido com uma série de elementos marianos da liturgia, que podemos sintetizar da seguinte maneira:
– Desde os primeiros dias do Advento há elementos que recordam a espera e a acolhida do mistério de Cristo por parte da Virgem de Nazaré.
– A solenidade da Imaculada Conceição celebra-se como "preparação radical à vinda do Salvador e feliz principio da Igreja sem mancha nem ruga” (Marialis Cultus 3).
– Dos dias 17 a 24, o protagonismo litúrgico da Virgem é muito característico nas leituras bíblicas, no terceiro prefácio de Advento, que recorda a espera da Mãe, em algumas orações, como a do dia 20 de Dezembro que nos traz um antigo texto do Rótulo de Ravena, ou na oração sobre as oferendas do IV domingo, que é uma epiclese significativa que une o mistério eucarístico com o mistério de Natal num paralelismo entre Maria e a Igreja na obra do único Espírito.
Numa formosa síntese de títulos, I. Calabuig apresenta assim a figura da Virgem do Advento:
- é a "Cheia de graça", a "bendita entre as mulheres", a "Virgem", a "Esposa de Jesus", a "serva do Senhor";
- é a mulher nova, a nova Eva que restabelece e recapitula no desígnio de Deus pela obediência da fé o mistério da salvação;
- é a Filha de Sião, a que representa o Antigo e o Novo Israel;
- é a Virgem do “fiat”, a Virgem fecunda, a Virgem que escuta e acolhe.
Na sua exemplaridade para a Igreja, Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão que a liturgia tem sempre na sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata dAquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.
Na feliz subordinação de Maria a Cristo e na necessária união com o mistério da Igreja, Advento é o tempo da Filha de Sião, Virgem da espera que no "fiat" antecipa o Marana-thá da Esposa; como Mãe do Verbo Encarnado, humanidade cúmplice de Deus, tornou possível o seu ingresso definitivo, no mundo e na história do homem.
3. Advento, tempo da Igreja missionária e peregrina
A liturgia, com o seu realismo e os seus conteúdos, põe a Igreja num tempo de características e expressões espirituais: a espera, a esperança, a oração pela salvação universal.
Preparando-nos para a festa de Natal, pensamos nos justos do AT que esperaram a primeira vinda do Messias. Lemos os oráculos dos seus profetas, cantamos seus salmos e recitamos suas orações. Mas não fazemos isto pondo-nos em seu lugar como se o Messias ainda não tivesse vindo, mas para apreciar melhor o dom da salvação que nos trouxe. O Advento para nós é um tempo real. Podemos recitar com toda verdade a oração dos justos do AT e esperar o cumprimento das profecias porque estas ainda não se realizaram plenamente; cumprir-se-ão com a segunda vinda do Senhor. Devemos esperar e preparar esta última vinda.
No realismo do Advento podemos recolher algumas actualizações para a oração litúrgica e participação da comunidade:
– A Igreja ora por um Advento pleno e definitivo, por uma vinda de Cristo para todos os povos da terra que ainda não conheceram o Messias ou não reconhecem ainda o único Salvador.
– A Igreja recupera no Advento a sua missão de anúncio do Messias a todas as gentes e a consciência de ser "reserva de esperança" para toda a humanidade, com a afirmação de que a salvação definitiva do mundo deve vir de Cristo com a sua definitiva presença escatológica.
– Num mundo marcado por guerras e contrastes, as experiências do povo de Israel e as esperas messiânicas, as imagens utópicas da paz e da concórdia, tornam-se reais na história da Igreja de hoje que possui a actual "profecia" do Messias Libertador.
– Na renovada consciência de que Deus não desdiz as suas promessas –confirma-o o Natal! – a Igreja através do Advento renova a sua missão escatológica para o mundo, exercita a sua esperança, projecta todos os homens um futuro messiânico do qual o Natal é primícia e confirmação preciosa.
À luz do mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a experiência de ser agora "como uma Maria histórica" que possui e dá aos homens a presença e a graça do Salvador.
A espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo, Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem.
4ª CATEQUESE/REFLEXÃO
Estrutura do tempo de Advento
O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas.
Começa com as vésperas do domingo mais próximo ao 30 de Novembro e termina antes das vésperas do Natal. São 4 os domingos do Advento.
Podemos distinguir dois períodos. No primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de Dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: a sua vinda no fim dos tempos, a sua vinda agora, cada dia, e a sua vinda há dois mil anos.
O segundo período, do dia 17 até ao dia 24 de Dezembro, inclusivé, orienta-se mais diretamente para a preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os evangelhos destes dias preparam-nos directamente para o nascimento de Jesus.
Não é acidental o facto de o Advento ter estas duas etapas bem definidas dentro de uma única unidade. A primeira enfatiza a necessidade de conversão permanente, enquanto condição indispensável para a salvação. A segunda privilegia a preparação próxima do mistério da encarnação do Verbo de Deus. Compreende-se pelo facto da necessidade duma preparação gradualmente mais exigente, dos pontos centrais do advento.
Temos quatro semanas nas quais de domingo a domingo nos vamos preparando para a vinda do Senhor.
A primeira semana do Advento está centralizada na vinda do Senhor no final dos tempos. A liturgia convida-nos a estar vigilantes, mantendo uma especial atitude de conversão. Acentua a vigilância na espera da vinda do Senhor. Durante esta primeira semana as leituras bíblicas são um convite a esta vigilância. “Vigiai e estai preparados, pois não sabeis quando chegará o momento”.
A segunda semana convida-nos, por meio de João Baptista a “preparar os caminhos do Senhor”; isto é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus continua a chamar-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. Para a planificação pastoral este é u mtempo privilegiado para a celebração do Sacramento da Reconciliação.
A terceira semana pre-anuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor..
Finalmente, a quarta semana fala-nos do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é a figura central, e a sua espera é modelo e estímulo da nossa espera.
Quanto às leituras das Missas dominicais, as primeiras leituras são tomadas de Isaías e dos demais profetas que anunciam a reconciliação de Deus e a vinda do Messias. Nos três primeiros domingos recolhem-se as grandes esperanças de Israel, e no quarto, as promessas mais directas do nascimento de Deus. Os salmos responsoriais cantam a salvação de Deus que vem; são orações pedindo a sua vinda e a sua graça. As segundas leituras são textos de São Paulo ou das demais cartas apostólicas, que exortam a viver em espera a vinda do Senhor.
Quase todas as eucaristias deste período, englobam uma leitura de S. Paulo, com exortações expressivas e orientações precisas, para vivermos bem o aAdvento, enquanto tempo de preparação espiritual e de esperança. A Igreja é e será, até ao fim dos tempos, uma realidade em constante aperfeiçoamento. Constituída por homens e mulheres marcados pelo pecado, tem a obrigação e a necessidade vital de conversão constante.
Se João Baptista, na fase intermédia do Advento, é figura-chave, pelo apelo vigoroso à conversão e à vinda eminente do Messias, já Maria tem um lugar de relevo na fase final, mormente no último domingo, onde são narrados os acontecimentos que precedem, quase de imediato, o nascimento do Salvador.
5ª CATEQUESE/REFLEXÃO
Começa com as vésperas do domingo mais próximo ao 30 de Novembro e termina antes das vésperas do Natal. São 4 os domingos do Advento.
Podemos distinguir dois períodos. No primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de Dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: a sua vinda no fim dos tempos, a sua vinda agora, cada dia, e a sua vinda há dois mil anos.
O segundo período, do dia 17 até ao dia 24 de Dezembro, inclusivé, orienta-se mais diretamente para a preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os evangelhos destes dias preparam-nos directamente para o nascimento de Jesus.
Não é acidental o facto de o Advento ter estas duas etapas bem definidas dentro de uma única unidade. A primeira enfatiza a necessidade de conversão permanente, enquanto condição indispensável para a salvação. A segunda privilegia a preparação próxima do mistério da encarnação do Verbo de Deus. Compreende-se pelo facto da necessidade duma preparação gradualmente mais exigente, dos pontos centrais do advento.
Temos quatro semanas nas quais de domingo a domingo nos vamos preparando para a vinda do Senhor.
A primeira semana do Advento está centralizada na vinda do Senhor no final dos tempos. A liturgia convida-nos a estar vigilantes, mantendo uma especial atitude de conversão. Acentua a vigilância na espera da vinda do Senhor. Durante esta primeira semana as leituras bíblicas são um convite a esta vigilância. “Vigiai e estai preparados, pois não sabeis quando chegará o momento”.
A segunda semana convida-nos, por meio de João Baptista a “preparar os caminhos do Senhor”; isto é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus continua a chamar-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. Para a planificação pastoral este é u mtempo privilegiado para a celebração do Sacramento da Reconciliação.
A terceira semana pre-anuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor..
Finalmente, a quarta semana fala-nos do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é a figura central, e a sua espera é modelo e estímulo da nossa espera.
Quanto às leituras das Missas dominicais, as primeiras leituras são tomadas de Isaías e dos demais profetas que anunciam a reconciliação de Deus e a vinda do Messias. Nos três primeiros domingos recolhem-se as grandes esperanças de Israel, e no quarto, as promessas mais directas do nascimento de Deus. Os salmos responsoriais cantam a salvação de Deus que vem; são orações pedindo a sua vinda e a sua graça. As segundas leituras são textos de São Paulo ou das demais cartas apostólicas, que exortam a viver em espera a vinda do Senhor.
Quase todas as eucaristias deste período, englobam uma leitura de S. Paulo, com exortações expressivas e orientações precisas, para vivermos bem o aAdvento, enquanto tempo de preparação espiritual e de esperança. A Igreja é e será, até ao fim dos tempos, uma realidade em constante aperfeiçoamento. Constituída por homens e mulheres marcados pelo pecado, tem a obrigação e a necessidade vital de conversão constante.
Se João Baptista, na fase intermédia do Advento, é figura-chave, pelo apelo vigoroso à conversão e à vinda eminente do Messias, já Maria tem um lugar de relevo na fase final, mormente no último domingo, onde são narrados os acontecimentos que precedem, quase de imediato, o nascimento do Salvador.
5ª CATEQUESE/REFLEXÃO
Liturgia do Advento
O Advento é um tempo litúrgico que começa no Domingo mais próximo à festa de Santo André Apóstolo (30 de Novembro) e abarca quatro Domingos. O primeiro Domingo pode ser adiantado até 27 de Novembro, e então o Advento tem 28 dias, ou atrasar-se até ao dia 3 de Dezembro, tendo somente 21 dias.
Com o Advento começa o ano litúrgico nas Igrejas ocidentais.
Com a intenção de fazer sensível esta dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos.
Desta forma, na Missa omite-se o Glória. O Aleluia, no entanto, mantém-se. No Ofício Divino omite-se o Te Deum, jubiloso hino de louvor e acção de graças. Nas celebrações usam-se vestes de cor roxa. Faz-se uma exceção no terceiro Domingo (Domingo Gaudete), no qual as vestes podem ser rosa, ou de um violeta enriquecido. Reduz-se a música com instrumentos e os enfeites festivos, a decoração da Igreja é mais sóbria.
Todas estes elementos são uma maneira de expressar tangivelmente que, enquanto dura o nosso peregrinar, nos falta algo para que o nosso gozo seja completo. E quem espera, é porque lhe falta algo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, terá chegado a Igreja à sua festa completa, significada pela Solenidade do Natal.
Não sendo um tempo de penitência, o Advento caracteriza-se, contudo, pela renúncia sensível à exuberância dos meios expressivos exteriores: a austeridade e a interioridade marcam o seu clima espiritual. É importante que os sentidos captem a novidade e advirtam a diferença, desde a entrada na igreja: cores, luz, arranjos da igreja, canto e música.
Todos os dias de Advento devem ser celebrados no Ofício e Missa do Domingo ou Festa correspondente, ou ao menos deve ser feita uma Comemoração dos mesmos, independentemente do grau da festa celebrada.
O repertório de cânticos deve mudar completamente em relação ao Tempo Comum. É bom que os fiéis comecem a identificar o tempo litúrgico através do canto e, nomeadamente, do Cântico de Entrada. As assembleias com menos possibilidades poderão usar cânticos comuns para todo o Advento, escolhendo um para cada momento.
Vai-se tornando hábito, também entre nós, o uso da coroa de advento, entretecida de ramos verdes, com quatro velas que sucessiva e progressivamente se vão acendendo do 1º ao 4º Domingo, num crescendo de luz e de esperança. Nas famílias o acender de mais uma vela em cada Domingo poderá ser uma bela forma de motivar a oração comum.
6ª CATEQUESE/REFLEXÃO
Personagens do Advento
Apresentação das figuras bíblicas típicas do Advento: Isaías, João Baptista, Maria, José, Anjo Gabriel.
Isaías: A figura da EsperaAs leituras do Advento colocam-nos em contacto frequente com Isaías.
É o profeta por excelência do tempo da espera.
Tudo deve ceder perante este visionário, emocionado pelo esplendor futuro do Reino de Deus inaugurado com a vinda de um Príncipe de Paz e Justiça.
O profeta é conhecido apenas pelas suas obras, mas estas são tão características que através delas podemos conhecer a sua pessoa.
Isaías viveu no século VIII a.C, numa época de esplendor e prosperidade. Raramente os reinos de Judá e Samaria haviam conhecido tal optimismo. No meio deste frágil paraíso, Isaías vai erguer-se valorosamente e realizar a sua missao: mostrar ao seu povo a ruína que o espera, devido à sua negligência.
Era originário de Jerusalém e pertencia a uma família de elevada posição social. Pensa-se que recebeu uma educação esmerada nas escolas de escribas e de “sábios” onde se formavam os funcionários da corte real; cultivou a sua sensibilidade poética e a sua tendência criativa. Conseguiu exprimir-se num estilo inovador, repleto de imagens e de imponência religiosa.
Alimentado pela literatura dos seus predecessores, principalmente Amós e Oseias, Isaías prevê como eles, inspirado por seu Deus, o que será a história de seu país.
Isaías foi chamado pelo Senhor "no ano da morte do rei Ozias", por volta do ano 740, quando estava no templo, com os lábios purificados por uma brasa trazida por um Serafim (Is 6, 113). A partir deste momento, Isaías já não se pertence. Não porque seja um simples instrumento passivo nas mãos de Yahvé; pelo contrário, todo o seu dinamismo vai ser colocado ao serviço do seu Deus, convertendo-se em seu mensageiro.
Será um mensageiro terrível que anuncia o despojamento de Israel, a quem só restará um pequeno sopro de vida. Superando a situação presente na qual se misturam cobardias e compromissos, vê o castigo futuro que direccionará os caminhos tortuosos. O reino de Judá vai passar pela devastação e a ruína. O início da obra de Isaías, que originará a lenda do boi e do asno no presépio, marcam seu pensamento e seu papel. Yahvé é todo para Israel, mas Israel é mais estúpido que o boi que conhece o seu dono, ignora o seu Deus (Is 1, 2-3).
Isaías não se isolará no papel de pregador moralizante. Torna-se o grande anunciador da Parusia, da vinda de Yahvé. Assim com Amós se tinha levantado contra a sede de dominação que avivava a brilhante situação de Judá e Samaria no século VIII, Isaías prediz os cataclismos que se desencadearão no dia de Yahvé (Is 2, 1-17). Esse dia será para Israel o dia do juízo.
Para Isaías, como mais tarde para São Paulo e São João, a vinda do Senhor traz consigo o triunfo da justiça. Os capítulos 7 a 11 vão nos descrever o Príncipe que governará na paz e na justiça (ls 7, 10-17).
Numa linguagem poética, anuncia o Messias e canta o júbilo que faria estremecer as entranhas do seu povo.
O nascimento do Emanuel, "Deus conosco", reconfortará um reino dividido pelo cisma de dez tribos. O anúncio deste nascimento promete, pois, aos contemporâneos de Isaías e aos ouvintes do seu oráculo, a sobrevivência do reino, apesar do cisma e da devastação. Príncipe e profeta, esse menino salvará por si mesmo seu país.
Mas, por outro lado, a apresentação literária do oráculo e o modo como Isaías insiste no caráter libertador deste menino, cujo nascimento e juventude são dramáticos, fazem pressentir que o profeta vê neste menino a salvação do mundo.
Segundo Isaías, a única atitude fundamental é a fé, a renúncia a qualquer segurança baseada na política ou nas armas. Só a fé no Senhor pode salvar. Nada do que acontece no mundo escapa à soberania de Deus, que dirige os destinos dos homens de acordo com um “plano” oculto, muitas vezes desconcertante, mas sempre mais sábio que o dos homens.
Mesmo nos momentos de maior perigo, Isaías promete a libertação a quem puser toda a sua confiança no Senhor. É o maior dos profetas messiânicos. O Messias que anuncia é um descendente de David que fará reinar a justiça e a paz sobre a terra.
João Baptista: A figura da PreparaçãoSegundo o próprio Cristo, “entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista; e, no entanto, o mais pequeno no reino do céu é maior do que ele “ (Mt 11,11).
João Baptista coincide com Isaías no pensamento e na mensagem. Isaías está presente em João Baptista como João Baptista está presente Naquele para quem veio preparar o caminho.
João Baptista é o precursor por excelência e o último profeta a anunciar a vinda eminente do Messias tão esperado, embora de forma tão inesperada.
São Lucas conta-nos com detalhe o anúncio do nascimento de João (Lc 1, 5-25). O anúncio do nascimento de João é solene. Realiza-se no âmbito litúrgico do templo. A sua chegada não passará despercebida e muitos se alegrarão com seu nascimento (Lc 1, 14); abster-se-á de vinho e bebidas embriagantes, será um menino consagrado e, como prescreve o livro dos Números (6, 1), não beberá vinho nem licor fermentado. O Espírito habita nele desde o seio de sua mãe. A sua vocação de asceta une-se à de guia do seu povo (Lc 1, 17).
João Baptista é sinal da irrupção de Deus no seu povo. O Senhor visita-o e realiza a aliança que havia prometido.
O papel de João Baptista como Precursor é muito preciso: preparar os caminhos do Senhor (Is 40,3); deverá anunciar um baptismo no Espírito para a remissão dos pecados, um baptismo que será luz “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte “ (Lc 1,79), como dirá Zacarias, no Cântico que entoou quando pôde falar. Conhece a sua missão e designa-se a si mesmo como “a voz que clama no deserto”. Depois, já a viver no meio dos homens, compete-lhe indicar aquele que é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29), anunciando-lhes que estava entre eles e não O conheciam.
João Baptista dá-nos uma lição de silêncio e de recolhimento para poder dar testemunho; para poder denunciar o pecado com corajosa e franca honestidade; também para poder anunciar a morte e ressurreição do Senhor, porque “mais pequeno no reino do céu é maior do que ele” (Mt 11,11).
O sentido do seu papel fizeram do Baptista uma figura sempre actual através dos séculos. Não se pode falar dele sem falar de Cristo, mas a Igreja não lembra nunca a vinda de Cristo sem lembrar do Precursor. O Precursor não está unido apenas à vinda de Cristo, mas também à sua obra, que anuncia: a redenção do mundo e sua reconstrução até a Parusia. João está sempre presente durante a liturgia de Advento. Na realidade, o seu exemplo deve permanecer constantemente diante dos olhos da Igreja. A Igreja, e cada um de nós nela, tem com missão preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia. Mas recebê-la exige a conversão. Entrar em contacto com Cristo supõe o desprendimento de si mesmo. Sem esta ascese, Cristo pode estar no meio de nós sem ser reconhecido (Jo l, 26).
Como João, a Igreja e seus fiéis têm o dever que não cobrir a luz, mas de dar testemunho dela (Jo 1, 7). Lucas resume em uma frase toda a atividad de João: "Anunciava ao povo a Boa Notícia" (Lc 3, 18).
Maria: A figura da EsperançaTambém Maria, a criatura mais íntima do mistério central da nossa fé, a Santíssima Trindade, é indissociável, pela sua maternidade virginal de Deus Filho, do Advento. Ela, mais do que ninguém, soube o significado, pela sua total colaboração no plano salvífico de Deus, pela entrega a seu Filho, da vinda do Messias.
Maria está presente em todo o Advento. Neste tempo, contemplamos Maria como a mulher que disse sim à vontade de Deus. Um sim que lhe irrompeu do coração como um acto de fé e de entrega à palavra de Deus e como um compromisso de fidelidade até às última consequências. No Advento e a exemplo de Maria, nós, cristãos, renovamos o sim dado a Deus para, pela fé, acolhermos Jesus que nos vem salvar. É um tempo de dizer sim à palavra de Deus e de a pôr em prática, para pertencermos à família de Jesus.
“Aqueles que vivem com a Liturgia o espírito do Advento, ao considerar o inefável amor com que a Virgem Mãe esperou o Filho, sentir-se-ão incentivados a tomá-la como modelo e a preparar-se, vigilantes na oração e ... jubilosos no louvor, para ir ao encontro do Salvador que vem”.
A primeira vinda do Senhor realizou-se graças a ela. E, por isso, todas as gerações a chamamos Bem-aventurada. Hoje, que preparamos, a cada ano, uma nova vinda, os olhos da Igreja voltam-se para ela, para aprender, com estremecimento e humildade agradecida, como se espera e como se prepara a vinda do Emanuel: do Deus connosco. Mais ainda, para aprender também como se dá ao mundo o Salvador.
Sobre o papel da Virgem Maria na vinda do Senhor, a liturgia do Advento oferece-nos duas sínteses, nos prefácios II e IV.
A partir da segunda parte do Advento, a preponderância da Mãe Imaculada é tão grande, que ela aparece como o centro do Mistério preparado e iniciado. Assim as leituras evangélicas do IV Domingo, nos três ciclos, estão dedicadas a Maria. E nas missas próprias dos dias 17 a 24, correspondentes às antífonas do O, tudo gira ao redor dela. E com razão.
José: A figura da ConfiançaJosé foi o homem justo escolhido por Deus para ser o esposo de Maria e pai adoptivo de Jesus. A Escritura fala muito pouco dele. A presença de José no Advento convida-nos a reconhecer que Deus actua em nós e na história para além dos aspectos legais e das complicações humanas. Quando assomarem os conflitos e as dúvidas na nossa consciência, devemos refugiar-nos no Senhor e confiar na sua bondade. A santidade e a maturidade na fé não solucionam, de uma forma mágica, as angústias e vacilações do coração. Exigem que efectuemos um discernimento na oração e na escuta da Palavra. E virá o Anjo do Senhor.
Anjo Gabriel: A figura do MensageiroNo Advento, são-nos narradas duas intervenções do Anjo Gabriel: uma em Jerusalém, no templo, quando anuncia a Zacarias o nascimento de João Baptista; outra em Nazaré, quando faz a Maria a proposta de ser a mãe do Messias.
O Advento é um tempo litúrgico que começa no Domingo mais próximo à festa de Santo André Apóstolo (30 de Novembro) e abarca quatro Domingos. O primeiro Domingo pode ser adiantado até 27 de Novembro, e então o Advento tem 28 dias, ou atrasar-se até ao dia 3 de Dezembro, tendo somente 21 dias.
Com o Advento começa o ano litúrgico nas Igrejas ocidentais.
Com a intenção de fazer sensível esta dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos.
Desta forma, na Missa omite-se o Glória. O Aleluia, no entanto, mantém-se. No Ofício Divino omite-se o Te Deum, jubiloso hino de louvor e acção de graças. Nas celebrações usam-se vestes de cor roxa. Faz-se uma exceção no terceiro Domingo (Domingo Gaudete), no qual as vestes podem ser rosa, ou de um violeta enriquecido. Reduz-se a música com instrumentos e os enfeites festivos, a decoração da Igreja é mais sóbria.
Todas estes elementos são uma maneira de expressar tangivelmente que, enquanto dura o nosso peregrinar, nos falta algo para que o nosso gozo seja completo. E quem espera, é porque lhe falta algo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, terá chegado a Igreja à sua festa completa, significada pela Solenidade do Natal.
Não sendo um tempo de penitência, o Advento caracteriza-se, contudo, pela renúncia sensível à exuberância dos meios expressivos exteriores: a austeridade e a interioridade marcam o seu clima espiritual. É importante que os sentidos captem a novidade e advirtam a diferença, desde a entrada na igreja: cores, luz, arranjos da igreja, canto e música.
Todos os dias de Advento devem ser celebrados no Ofício e Missa do Domingo ou Festa correspondente, ou ao menos deve ser feita uma Comemoração dos mesmos, independentemente do grau da festa celebrada.
O repertório de cânticos deve mudar completamente em relação ao Tempo Comum. É bom que os fiéis comecem a identificar o tempo litúrgico através do canto e, nomeadamente, do Cântico de Entrada. As assembleias com menos possibilidades poderão usar cânticos comuns para todo o Advento, escolhendo um para cada momento.
Vai-se tornando hábito, também entre nós, o uso da coroa de advento, entretecida de ramos verdes, com quatro velas que sucessiva e progressivamente se vão acendendo do 1º ao 4º Domingo, num crescendo de luz e de esperança. Nas famílias o acender de mais uma vela em cada Domingo poderá ser uma bela forma de motivar a oração comum.
6ª CATEQUESE/REFLEXÃO
Personagens do Advento
Apresentação das figuras bíblicas típicas do Advento: Isaías, João Baptista, Maria, José, Anjo Gabriel.
Isaías: A figura da EsperaAs leituras do Advento colocam-nos em contacto frequente com Isaías.
É o profeta por excelência do tempo da espera.
Tudo deve ceder perante este visionário, emocionado pelo esplendor futuro do Reino de Deus inaugurado com a vinda de um Príncipe de Paz e Justiça.
O profeta é conhecido apenas pelas suas obras, mas estas são tão características que através delas podemos conhecer a sua pessoa.
Isaías viveu no século VIII a.C, numa época de esplendor e prosperidade. Raramente os reinos de Judá e Samaria haviam conhecido tal optimismo. No meio deste frágil paraíso, Isaías vai erguer-se valorosamente e realizar a sua missao: mostrar ao seu povo a ruína que o espera, devido à sua negligência.
Era originário de Jerusalém e pertencia a uma família de elevada posição social. Pensa-se que recebeu uma educação esmerada nas escolas de escribas e de “sábios” onde se formavam os funcionários da corte real; cultivou a sua sensibilidade poética e a sua tendência criativa. Conseguiu exprimir-se num estilo inovador, repleto de imagens e de imponência religiosa.
Alimentado pela literatura dos seus predecessores, principalmente Amós e Oseias, Isaías prevê como eles, inspirado por seu Deus, o que será a história de seu país.
Isaías foi chamado pelo Senhor "no ano da morte do rei Ozias", por volta do ano 740, quando estava no templo, com os lábios purificados por uma brasa trazida por um Serafim (Is 6, 113). A partir deste momento, Isaías já não se pertence. Não porque seja um simples instrumento passivo nas mãos de Yahvé; pelo contrário, todo o seu dinamismo vai ser colocado ao serviço do seu Deus, convertendo-se em seu mensageiro.
Será um mensageiro terrível que anuncia o despojamento de Israel, a quem só restará um pequeno sopro de vida. Superando a situação presente na qual se misturam cobardias e compromissos, vê o castigo futuro que direccionará os caminhos tortuosos. O reino de Judá vai passar pela devastação e a ruína. O início da obra de Isaías, que originará a lenda do boi e do asno no presépio, marcam seu pensamento e seu papel. Yahvé é todo para Israel, mas Israel é mais estúpido que o boi que conhece o seu dono, ignora o seu Deus (Is 1, 2-3).
Isaías não se isolará no papel de pregador moralizante. Torna-se o grande anunciador da Parusia, da vinda de Yahvé. Assim com Amós se tinha levantado contra a sede de dominação que avivava a brilhante situação de Judá e Samaria no século VIII, Isaías prediz os cataclismos que se desencadearão no dia de Yahvé (Is 2, 1-17). Esse dia será para Israel o dia do juízo.
Para Isaías, como mais tarde para São Paulo e São João, a vinda do Senhor traz consigo o triunfo da justiça. Os capítulos 7 a 11 vão nos descrever o Príncipe que governará na paz e na justiça (ls 7, 10-17).
Numa linguagem poética, anuncia o Messias e canta o júbilo que faria estremecer as entranhas do seu povo.
O nascimento do Emanuel, "Deus conosco", reconfortará um reino dividido pelo cisma de dez tribos. O anúncio deste nascimento promete, pois, aos contemporâneos de Isaías e aos ouvintes do seu oráculo, a sobrevivência do reino, apesar do cisma e da devastação. Príncipe e profeta, esse menino salvará por si mesmo seu país.
Mas, por outro lado, a apresentação literária do oráculo e o modo como Isaías insiste no caráter libertador deste menino, cujo nascimento e juventude são dramáticos, fazem pressentir que o profeta vê neste menino a salvação do mundo.
Segundo Isaías, a única atitude fundamental é a fé, a renúncia a qualquer segurança baseada na política ou nas armas. Só a fé no Senhor pode salvar. Nada do que acontece no mundo escapa à soberania de Deus, que dirige os destinos dos homens de acordo com um “plano” oculto, muitas vezes desconcertante, mas sempre mais sábio que o dos homens.
Mesmo nos momentos de maior perigo, Isaías promete a libertação a quem puser toda a sua confiança no Senhor. É o maior dos profetas messiânicos. O Messias que anuncia é um descendente de David que fará reinar a justiça e a paz sobre a terra.
João Baptista: A figura da PreparaçãoSegundo o próprio Cristo, “entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista; e, no entanto, o mais pequeno no reino do céu é maior do que ele “ (Mt 11,11).
João Baptista coincide com Isaías no pensamento e na mensagem. Isaías está presente em João Baptista como João Baptista está presente Naquele para quem veio preparar o caminho.
João Baptista é o precursor por excelência e o último profeta a anunciar a vinda eminente do Messias tão esperado, embora de forma tão inesperada.
São Lucas conta-nos com detalhe o anúncio do nascimento de João (Lc 1, 5-25). O anúncio do nascimento de João é solene. Realiza-se no âmbito litúrgico do templo. A sua chegada não passará despercebida e muitos se alegrarão com seu nascimento (Lc 1, 14); abster-se-á de vinho e bebidas embriagantes, será um menino consagrado e, como prescreve o livro dos Números (6, 1), não beberá vinho nem licor fermentado. O Espírito habita nele desde o seio de sua mãe. A sua vocação de asceta une-se à de guia do seu povo (Lc 1, 17).
João Baptista é sinal da irrupção de Deus no seu povo. O Senhor visita-o e realiza a aliança que havia prometido.
O papel de João Baptista como Precursor é muito preciso: preparar os caminhos do Senhor (Is 40,3); deverá anunciar um baptismo no Espírito para a remissão dos pecados, um baptismo que será luz “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte “ (Lc 1,79), como dirá Zacarias, no Cântico que entoou quando pôde falar. Conhece a sua missão e designa-se a si mesmo como “a voz que clama no deserto”. Depois, já a viver no meio dos homens, compete-lhe indicar aquele que é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29), anunciando-lhes que estava entre eles e não O conheciam.
João Baptista dá-nos uma lição de silêncio e de recolhimento para poder dar testemunho; para poder denunciar o pecado com corajosa e franca honestidade; também para poder anunciar a morte e ressurreição do Senhor, porque “mais pequeno no reino do céu é maior do que ele” (Mt 11,11).
O sentido do seu papel fizeram do Baptista uma figura sempre actual através dos séculos. Não se pode falar dele sem falar de Cristo, mas a Igreja não lembra nunca a vinda de Cristo sem lembrar do Precursor. O Precursor não está unido apenas à vinda de Cristo, mas também à sua obra, que anuncia: a redenção do mundo e sua reconstrução até a Parusia. João está sempre presente durante a liturgia de Advento. Na realidade, o seu exemplo deve permanecer constantemente diante dos olhos da Igreja. A Igreja, e cada um de nós nela, tem com missão preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia. Mas recebê-la exige a conversão. Entrar em contacto com Cristo supõe o desprendimento de si mesmo. Sem esta ascese, Cristo pode estar no meio de nós sem ser reconhecido (Jo l, 26).
Como João, a Igreja e seus fiéis têm o dever que não cobrir a luz, mas de dar testemunho dela (Jo 1, 7). Lucas resume em uma frase toda a atividad de João: "Anunciava ao povo a Boa Notícia" (Lc 3, 18).
Maria: A figura da EsperançaTambém Maria, a criatura mais íntima do mistério central da nossa fé, a Santíssima Trindade, é indissociável, pela sua maternidade virginal de Deus Filho, do Advento. Ela, mais do que ninguém, soube o significado, pela sua total colaboração no plano salvífico de Deus, pela entrega a seu Filho, da vinda do Messias.
Maria está presente em todo o Advento. Neste tempo, contemplamos Maria como a mulher que disse sim à vontade de Deus. Um sim que lhe irrompeu do coração como um acto de fé e de entrega à palavra de Deus e como um compromisso de fidelidade até às última consequências. No Advento e a exemplo de Maria, nós, cristãos, renovamos o sim dado a Deus para, pela fé, acolhermos Jesus que nos vem salvar. É um tempo de dizer sim à palavra de Deus e de a pôr em prática, para pertencermos à família de Jesus.
“Aqueles que vivem com a Liturgia o espírito do Advento, ao considerar o inefável amor com que a Virgem Mãe esperou o Filho, sentir-se-ão incentivados a tomá-la como modelo e a preparar-se, vigilantes na oração e ... jubilosos no louvor, para ir ao encontro do Salvador que vem”.
A primeira vinda do Senhor realizou-se graças a ela. E, por isso, todas as gerações a chamamos Bem-aventurada. Hoje, que preparamos, a cada ano, uma nova vinda, os olhos da Igreja voltam-se para ela, para aprender, com estremecimento e humildade agradecida, como se espera e como se prepara a vinda do Emanuel: do Deus connosco. Mais ainda, para aprender também como se dá ao mundo o Salvador.
Sobre o papel da Virgem Maria na vinda do Senhor, a liturgia do Advento oferece-nos duas sínteses, nos prefácios II e IV.
A partir da segunda parte do Advento, a preponderância da Mãe Imaculada é tão grande, que ela aparece como o centro do Mistério preparado e iniciado. Assim as leituras evangélicas do IV Domingo, nos três ciclos, estão dedicadas a Maria. E nas missas próprias dos dias 17 a 24, correspondentes às antífonas do O, tudo gira ao redor dela. E com razão.
José: A figura da ConfiançaJosé foi o homem justo escolhido por Deus para ser o esposo de Maria e pai adoptivo de Jesus. A Escritura fala muito pouco dele. A presença de José no Advento convida-nos a reconhecer que Deus actua em nós e na história para além dos aspectos legais e das complicações humanas. Quando assomarem os conflitos e as dúvidas na nossa consciência, devemos refugiar-nos no Senhor e confiar na sua bondade. A santidade e a maturidade na fé não solucionam, de uma forma mágica, as angústias e vacilações do coração. Exigem que efectuemos um discernimento na oração e na escuta da Palavra. E virá o Anjo do Senhor.
Anjo Gabriel: A figura do MensageiroNo Advento, são-nos narradas duas intervenções do Anjo Gabriel: uma em Jerusalém, no templo, quando anuncia a Zacarias o nascimento de João Baptista; outra em Nazaré, quando faz a Maria a proposta de ser a mãe do Messias.
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