25 de março de 2016: o dia em que a Encarnação
e a Paixão de Jesus se fundem numa só data
...e em pleno Ano da Misericórdia!
Faltando exatos nove meses para o
Nascimento de Jesus, a Igreja celebra em 25 de março o mistério da Encarnação
do Verbo. No início do Evangelho de São João, Jesus é chamado de “Verbo” – “E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Verbo, do latim
Verbum, significa Palavra: a Palavra Viva de Deus, o próprio Deus, a Segunda
Pessoa da Santíssima Trindade. E o Verbo se faz carne, isto é, assume a
natureza humana, e vem habitar entre nós como um de nós: verdadeiro Deus e
verdadeiro homem. A propósito, é importante observar que Jesus assume a
natureza humana inteira, em corpo e alma: quando Jesus se torna humano, Ele não
deixa de ser Deus, mas também não se torna só “aparentemente” humano: Ele vai
nascer, chorar, precisar de cuidados da mãe Maria e do pai adotivo José, dos
avós Ana e Joaquim… Ele vai crescer, aprender, trabalhar, sofrer, experimentar
a fome, o cansaço, o medo, a angústia, a tentação, a dor física. Sem deixar de
ser Deus, Jesus é plenamente homem – porque, para a redenção, era preciso que
um homem carregasse o peso dos pecados de todos os homens, e só era possível
que Deus mesmo fosse esse homem.
A Encarnação do Verbo é, portanto, o
profundíssimo mistério cristão daquele dia supremo em que a Virgem concebeu e
gestou Aquele que a gerou, tornando-se Mãe daquele que a criou, Ele, que, como
explica São Paulo, mesmo “sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua
igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de
escravo e tornando-se igual aos homens” (Fl 2,6-7). É este movimento divino
de encarnar-se, denominado “kenose” pela teologia, o imenso e
imponderável mistério que celebramos toda vez que rezamos o ângelus ou o credo.
A Paixão
Neste Ano da Misericórdia de 2016,
proclamado pelo papa Francisco, eis que mais uma graça extraordinária nos é
reservada: a data da Encarnação do Filho de Deus coincide, excepcionalmente,
com a data da Sua Paixão e Morte: a Sexta-Feira Santa.
Neste ano repleto de bênçãos, o mistério
da vida e o mistério da morte se unem ainda mais explicitamente neste 25 de
março, data em que, ao mesmo tempo, celebramos o Deus que se faz bebê no ventre
da Virgem Maria e que “se faz pecado”, na expressão das Escrituras, embora
nunca tenha pecado, para nos remir dos nossos próprios pecados morrendo na cruz.
Verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Ele se
fez conceber e viver na carne até a morte do corpo, insondáveis mistérios de fé
que providencialmente se reúnem neste Ano Santo da Misericórdia.
Fundem-se neste 25 de março de 2016 o
início e a consumação da nossa redenção! Esta coincidência de datas, que
acontece em raros intervalos de tempo, reforça ainda mais o caráter da
Sexta-Feira Santa como o Grande Dia do Perdão.
O Jubileu da Misericórdia
O papa Francisco proclamou 2016 como Ano
Extraordinário da Misericórdia – e é providencial que, neste jubileu dedicado
todo à celebração do perdão divino e da reconciliação com Ele e com nossos
irmãos, os mistérios da Encarnação e da Paixão nos sejam apresentados juntos na
mesma data: uma “Sexta-Feira Santa da Encarnação”!
Aproveite a graça!
- Aprofunde-se na graça insondável de Deus que se
encarna e morre por nós, nesta data especialíssima, visitando, se
possível, uma igreja dedicada à Virgem Maria, já que por ela Cristo nos
veio na Encarnação e a ela Cristo nos deu por Mãe em plena cruz. Caso não
haja nenhuma igreja nominalmente dedicada a Maria nas suas redondezas, não
se preocupe: toda igreja católica é, na prática, dedicada a Maria e, é
claro, ao seu Filho, o Filho de Deus, nosso Senhor.
- Aproveite também para se aproximar do sacramento
da Reconciliação, abraçando neste dia extraordinário o perdão que Ele se
encarnou e morreu na cruz para nos oferecer.
Damos graças a Deus por esses favores
sublimes e a Ele seja toda a glória!
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