Convite
" A Igreja convida-nos a aprender de Maria (...) a contemplar o projecto de amor do pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama."
Mensagem Bento XVI, Dia Mundial das Missões 2010
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
domingo, 26 de dezembro de 2021
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
domingo, 19 de dezembro de 2021
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
Príncipes do Nada
Príncipes do Nada: Bairro Segundo Torrão - Catarina Furtado percorre as ruas e ruelas do Bairro Segundo Torrão, em Almada, através das diretrizes da associação 'Cova do
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
terça-feira, 30 de novembro de 2021
André nasceu em Betsaida, uma povoação piscatória a nordeste do Mar da Galileia. Foi discípulo de João Batista até que conheceu Jesus, nas margens do Jordão. Apóstolo da coragem e da alegria, André, irmão do também apóstolo Pedro, foi o evangelizador da Acaia (Grécia), onde testemunhou Jesus com o seu próprio sangue, já que foi martirizado, em Patras, numa cruz em forma de X.
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
domingo, 7 de novembro de 2021
quarta-feira, 3 de novembro de 2021
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
domingo, 17 de outubro de 2021
Sínodo dos bispos é “momento de viragem” na vida da Igreja - Renascença (sapo.pt)
ENTREVISTA RENASCENÇA/ECCLESIA
Sínodo dos bispos é “momento de viragem” na vida da Igreja
17 out, 2021 - 09:30 • Ângela Roque (Renascença), Octávio Carmo (Ecclesia)
Pode haver resistências, mas o processo sinodal que o Papa inaugurou há uma semana no Vaticano - e que a partir de hoje decorre em cada diocese do mundo – abriu caminho a grandes mudanças. É essa a convicção de Paulo Terroso. O sacerdote, que integra a Comissão de Comunicação do Sínodo, acredita que se deu início a um processo “imparável”, em que todos contam e serão ouvidos. Mas, para dar resultado, a Igreja vai ter de sair da “zona de conforto” e incluir quem está “nas margens”.
Ouça na íntegra a entrevista a Paulo Terroso
Há uma semana o Papa Francisco abriu formalmente o Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, que a partir deste domingo decorre em cada uma das dioceses do mundo.
Em entrevista à Renascença e à agência Ecclesia, o padre Paulo Terroso fala da “responsabilidade” que sente por fazer parte da Comissão de Comunicação do Sínodo.
Para o diretor de Comunicação da Arquidiocese de Braga e administrador do Diário do Minho, o mais difícil vai ser “implementar o processo”, mas não tem dúvidas de que vamos viver um período “de grande transformação” na Igreja, porque apesar das previsíveis “resistências” de quem não quer perder poder, a iniciativa do Papa abriu um processo “imparável” de “auscultação das pessoas, e de as envolver” nas decisões.
Como é que recebeu este convite para a Comissão de Comunicação do Sínodo?
É um desafio e uma responsabilidade. Foi surpreendente: estava a iniciar as minhas férias, quando recebi uma mensagem do Thierry [Bonaventura], o responsável por esta comissão de media, e pela comunicação da Secretaria do Sínodo dos Bispos. Pediu para falar comigo, fez a proposta e é quase irrecusável.
É interessante, porque desde o Tempo Pascal, ao meditar no livro dos Atos dos Apóstolos, na minha oração pessoal e também na Basílica dos Congregados (Braga), a linha de reflexão foi muito o Espírito Santo como protagonista da Igreja. No meio disto tudo, quando chega esta notícia, este convite, foi quase como a confirmação de um caminho que eu próprio iniciei.
As pessoas costumam falar de coincidências, um amigo ensinou-me a compreender também as “Deuscidências”. Assumo com alegria, disponibilidade e espírito de serviço, num momento tão especial como este, que alguns qualificam, e bem, como o momento mais importante na história da Igreja, depois do Concílio Vaticano II (1962-1965).
Tem oportunidade de acompanhar de perto este momento, aliás já o fez em Roma, a 9 e 10 de outubro, integrado numa equipa vasta. Há uma aposta para que o Sínodo seja comunicado?
Sim, a equipa é bastante alargada, ainda não está completa, é uma equipa internacional. Passa por tentar abranger a presença da Igreja em todo mundo, com o objetivo fundamental de que o Sínodo real seja o Sínodo mediático.
Vamos pensar só em dois dos últimos Sínodos, que para mim são paradigmáticos - mas isso aconteceu também com o Concílio Vaticano II -, o Sínodo sobre a Família (2014-2015) e o Sínodo sobre a Amazónia (2019). Tivemos muito ruído, mas sobretudo – e essa é que é a grande questão – a receção feita pelas pessoas, pelos católicos, e não só, é feita a partir dos órgãos de comunicação social, aquilo que leem, que ouvem, aquilo que veem. Há falta de profundidade, às vezes a informação não é a melhor…
Os próprios párocos, todos nós, sentimos isso nas nossas comunidades. Ainda há pouco tempo uma senhora me disse: “Então, o Papa Francisco não disse que os divorciados recasados podiam comungar?”. Não, não disse isso. Foi o que ouviu, mas ele não disse isso. É importante ajudar a aprofundar o que vai ser dito, para que chegue às pessoas e se crie aqui um processo sério, no sentido espiritual, de reflexão.
"É [um momento de viragem], não tenho dúvida. Há e haverá resistências. Ninguém está disposto a perder poder sem dar luta"
Desse ponto de vista, uma Comissão dedicada à comunicação é certamente fundamental…
É fundamental.
E também para a forma como a Igreja comunica, a própria linguagem que usa? Porque também se tem a ideia, por parte dos órgãos de comunicação que recebem a informação, de que a Igreja ainda comunica de forma demasiado fechada?
Há sempre, e creio que todos o entendemos, uma linguagem técnica: eu não sou especialista em Economia e Finanças, e muitas das vezes também estou a ouvir a rádio, a ver a TV, a ler, e não percebo o que lá está escrito ou a ser dito. Há uma linguagem técnica.
Da nossa parte, devemos tentar comunicar melhor, simplificar, ajudar a compreender o que está a ser dito, mas não faltarão também editores de religião? Não estou a falar só da Igreja Católica, de religião? Ou seja, especialistas nas nossas redações que tenham conhecimento profundo do fenómeno religioso? Ou ele também está relegado para segundo, terceiro plano, e não é considerado assim tão importante?
Não quero culpar órgãos de comunicação social, mas é preciso ter gente especializada nas nossas redações que percebam o fenómeno religioso, com profundidade. Portanto, creio que aqui há uma responsabilidade, de parte a parte: da Igreja, em comunicar bem, ter uma maior proximidade, diálogo, e promover até encontros para falar sobre o que está a acontecer, quais são os grandes temas, descodificar toda a linguagem, porque esta linguagem técnica faz parte de todos os saberes; e, ao mesmo tempo, da parte dos órgãos de comunicação social, termos pessoas especializadas em religião.
A Comissão da Comunicação também integra uma leiga portuguesa, a Leopoldina Reis Simões. Vão trabalhar em conjunto com o Vaticano, com o Dicastério para a Comunicação e Sala de Imprensa da Santa Sé, mas também é pedido que o façam localmente, ao encontro dos media em cada país.
Sim, e cada país, como acontece em Portugal, tem um secretariado. Creio que proximamente acontecerá esse encontro, para criar uma sintonia e fazer passar essa mensagem, a partir já de uma estrutura existente.
A nossa missão é fazer passar essa mensagem, mas nunca sobrepondo-nos, ou sem estar articulados, no caso de Portugal com o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, dirigido pela Isabel Figueiredo. Será numa relação muito próxima com ela que vamos trabalhar.
Há uma semana participou nos trabalhos de abertura do Sínodo, no Vaticano, onde ouviu os desafios e até recados que o Papa deixou – para que esta não seja uma iniciativa “de fachada” ou apenas uma “reflexão teórica”. Este é mesmo um momento de viragem na Igreja?
É, não tenho dúvida, pelo desejo de mudança e também por aquilo que presenciei. Haverá resistências? Há e haverá. Isto não é muito simpático de dizer, mas ninguém está disposto a perder poder sem dar luta, quando entendemos que a nossa missão é de poder e não de serviço. Há também medos, mas o medo é também falta de fé.
É chegado o momento, no meu entender – e no ponto de maturidade do pontificado do Papa Francisco - da receção plena do Concílio Vaticano II, nomeadamente dos documentos ‘Lumen Gentium’, ‘Ad Gentes’ e ‘Gaudium et Spes’.
Este processo é imparável, de auscultação de pessoas e de as envolver. Só o processo em si vai provocar uma transformação das pessoas, iniciar o processo de auscultação, que antes de mais é um processo espiritual, sobretudo com a ajuda dos nossos irmãos da América Latina.
Precisamos de compreender isto: o pontificado do Papa Francisco entende-se a partir do que aconteceu na América Latina, onde ele também foi um dos protagonistas, na Conferência de Aparecida (2007). Com a ajuda deles, nós vamos conseguir envolver toda a Igreja, vai ser um período de grande transformação.
O que está aqui em causa, de uma forma muito simples, é: ou queremos e vivemos numa Igreja clerical – que não é essa a Igreja que o Espírito de Deus quer – ou então uma Igreja sinodal, onde todos, leigos, padres e bispos, caminham em conjunto, iluminados pelo Espírito Santo, realizando aquilo que é vontade de Deus.
"É preciso ouvir as margens e ainda temos muito a caminhar"
A questão da América Latina tem, sobretudo, a ver com um modelo mais horizontal, mas participado, onde toda a gente está mais próxima do processo de decisão. A minha pergunta vai nesse sentido - até porque falámos da questão do poder, da autoridade - qual é o desafio mais difícil? As vozes mais contrárias ainda não se fizeram ouvir, mas acha que vai haver dificuldades neste processo?
De imediato o mais difícil vai ser implementar este processo, vamos precisar de tempo. Eu não me admiraria que este processo de auscultação das igrejas locais fosse prolongado, isto é, fosse para além de abril. Não me admiraria mesmo.
Já agora gostaria de dizer isto: se eventualmente – e já houve conferências episcopais que o fizeram saber - sentirmos que há dificuldade, que precisamos de mais tempo, devemos dar a conhecer isso à Secretaria, e tomar consciência de que este processo não é 'ok, fizemos isto, arrumamos e agora Roma que decida'. Não, não pode ser isso!
Isso é o menos sinodal possível...
É o que o Papa Francisco não quer. Até porque o cardeal Mario Grech (secretário do Sínodo dos Bispos), ao encerrar no dia 9 os trabalhos na ala sinodal apresentou sugestões. Os teólogos que pensem e que trabalhem, é preciso aprofundar a eclesiologia da Lumen Gentium ('Luz dos Povos', texto do Concílio Vaticano II), aprofundar a dimensão pneumatológica da Igreja. Perceber se se consulta o povo de Deus, ou se estamos a fazer a consulta dentro do povo de Deus, porque bispos, padres e o Papa, também são povo de Deus. São questões que precisam de ser aprofundadas e os teólogos têm um momento extraordinário, sobretudo os eclesiólogos, de fazer este trabalho.
Mas, a primeira grande dificuldade vai ser implementar este processo, que é profundamente espiritual, e aqui precisamos dos nossos irmãos da Companhia de Jesus. Há outras tradições no discernimento, mas esta está profundamente enraizada naquilo que é a espiritualidade inaciana, nos exercícios espirituais. Que nos expliquem o que é isso de realizar o discernimento.
Eu diria: implementação e compreender que aquilo que vai acontecer não é um inquérito, senão a Igreja encomendaria um estudo de opinião, e as conferências episcopais e entregavam-no lá. Não é isso. É escutar aquilo que o Espírito Santo tem a dizer à Igreja, é uma experiência comunitária de discernimento, portanto é muito mais exigente.
Encontrar, escutar e discernir são os verbos que vão marcar este Sínodo, disse o Papa Francisco.
Eu acrescentaria: 'tomar decisões', porque essa é uma parte importante.
Este Sínodo prossegue a partir deste domingo nas várias dioceses do mundo. Em Portugal a maioria assinala o arranque do processo sinodal com eucaristias, presididas pelos respetivos bispos. Há quem diga que este é um arranque de alguma forma tímido e demasiado formal para o que se quer deste Sínodo. Concorda?
De um ponto de vista mediático, talvez. Mas, da perspetiva que é importante que seja vivido, não, porque este é um processo espiritual.
Foi dada liberdade às conferências episcopais e às igrejas locais para iniciarem este processo da forma que achassem mais conveniente. Eu estive numa das reuniões com representantes das conferências episcopais europeias, e o Bispo D. Luis Marín (subsecretário do Sínodo dos bispos) disse de uma forma muito clara: 'sejam criativos'. Portanto, se fazem assim é porque entenderam que era o melhor modo de o fazer, mas não tinha de ser assim.
Agora, se deste modo se assinala que o Sínodo é um processo espiritual, a celebração da Eucaristia, uma Liturgia da Palavra ou o povo de Deus reunido em oração à escuta daquilo que Deus lhe tem para dizer, não me parece de modo algum errado. Poderá não ser a forma mais expressiva e original de o fazer, ou com mais impacto mediático, mas não está errado. E, como digo, foi dada liberdade às igrejas locais de iniciarem este período sinodal como achassem melhor.
Mas estamos a falar de um processo que é inédito, é a primeira vez que o Sínodo vai bater à porta de cada pessoa. Uma resposta formal, ainda que nesta fase inicial, não dificulta a perceção da novidade que efetivamente este momento representa?
Concordo, e aí está: se calhar é este modo que temos de ser Igreja que ainda não está em saída, com novas expressões, está ainda muito formatado. Eu não sei se isto é inconfidência....
Se há coisa que os jornalistas gostam é de inconfidências...
Na apresentação do processo sinodal, a disposição dos sacerdotes e dos leigos dentro da ala sinodal tinha outro sonho, outra fantasia, não foi possível. Este também é um processo de conversão, de mudança, de darmos significado à realidade e de nos entendermos como Igreja.
A ideia de estar na ala sinodal era tão simples como isto, era não haver ali lugares exclusivos para esta ou aquela pessoa. Houve cardeais que o fizeram, não estiveram na primeira fila, mas misturados entre todos.
O que é que o Logo do Sínodo escolhido nos diz, para expressar a vontade do Santo Padre e do Espírito Santo, que é ser uma Igreja que caminha junta? É que não vai o bispo à frente nem atrás, vai lá no meio, vão pessoas, vão os mais frágeis. E aproveito para dizer isto: é preciso ouvir as margens, e ainda temos muito a caminhar.
Se repararam, na abertura do Sínodo tivemos testemunhos todos interessantíssimos, mas ouvimos as margens? Foram todas pessoas muito empenhadas, comprometidas, mas já fazem parte da estrutura. E nós precisamos de outros, dos que estão em processo de conversão, de luta até interior, que se sentem marginalizados.
Uma pergunta a fazer na Igreja é: quem são os leprosos de hoje? Pessoas que não queremos tocar, queremo-las afastadas, não lhes damos oportunidade ou espaço de se integrarem, mas que desejam, e esperam da nossa parte o maior acolhimento. Como digo, este é um processo espiritual e também de conversão.
É um processo de desconforto?
Desconforto. Hoje dizemos muito 'sair da nossa zona de conforto', é mesmo isso.
Em Portugal espera uma participação ativa das comunidades e movimentos, dos católicos, em geral?
Pois, temos de motivar e entusiasmar. Creio que sim, e já vemos algumas dioceses mais empenhadas, pelo menos nas redes sociais, há casos particulares que conheço melhor, na minha diocese.
Não estou a querer desculpar, mas há aqui a questão do tempo. Este processo inicia-se depois das férias, embora os bispos tivessem recebido indicações desde maio, as equipas levam algum tempo a ser constituídas, ainda não temos as pessoas de contacto conhecidas. Ainda há aqui muito trabalho para fazer, e tem de haver um grande empenho também da comunicação social. Também acreditamos no poder comunicativo do Papa Francisco, que faça as pessoas interrogarem-se, nas comunidades ou paróquias perguntarem ao padre 'mas, não está a decorrer qualquer coisa? Uma auscultação do povo de Deus? Aqui na paróquia quando é que vamos iniciar?'. Eu acho que não fica mal, fica muito bem e é necessário.
sábado, 9 de outubro de 2021
Sínodo 2023: Papa pede Igreja «diferente», mais aberta e dialogante (c/fotos)
Sínodo 2023: Papa pede Igreja «diferente», mais aberta e dialogante (c/fotos)
Eis-nos aqui, diante de Vós, Espírito Santo!
Eis-nos aqui, reunidos em vosso nome!
Só a Vós temos por Guia:
vinde a nós, ficai connosco,
e dignai-vos habitar em nossos corações.
Ensinai-nos o rumo a seguir
e como caminhar juntos até à meta.
Nós somos débeis e pecadores:
não permitais que sejamos causadores da desordem;
que a ignorância não nos desvie do caminho,
nem as simpatias humanas ou o preconceito nos tornem parciais.
Que sejamos um em Vós,
caminhando juntos para a vida eterna,
sem jamais nos afastarmos da verdade e da justiça.
Nós vo-lo pedimos
a Vós, que agis sempre em toda a parte,
em comunhão com o Pai e o Filho,
pelos séculos dos séculos.
Amen.
quinta-feira, 7 de outubro de 2021
https://www.facebook.com/filomena.silva.16100/videos/228264616032087
𝐍𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐒𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐑𝐨𝐬á𝐫𝐢𝐨
".O Rosário é minha oração preferida. Oração maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade. Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem Maria escutou da boca do anjo e de sua prima Isabel. A estas palavras toda a Igreja se associa”. Estas são as palavras de São João Paulo II que remetem à data celebrada neste dia 7 de outubro, Festa de Nossa Senhora do Rosário.
Foi a própria mãe de Deus quem pediu que essa oração fosse difundida para a obtenção de graças abundantes. Em 1208, a Virgem Maria apareceu a São Domingos de Gusmão para ensinar-lhe a rezar o Rosário e pediu que ele difundisse a devoção desta arma poderosa para vencer os inimigos da fé. Foi por causa deste anúncio do santo que as tropas cristãs, antes da Batalha de Lepanto (7 de outubro de 1571), rezaram o Santo Rosário e venceram os turcos otomanos.
Em agradecimento a Nossa Senhora, o Papa São Pio V instituiu esta data como a Festa de Nossa Senhora das Vitórias e acrescentou o título de “Auxílio dos Cristãos” às ladainhas da Mãe de Deus. Mais tarde, o Papa Gregório III mudou o nome para Festa de Nossa Senhora do Rosário.
Rosário significa “coroa de rosas”. Foi definido por São Pio V como “um modo muito piedoso de oração, ao alcance de todos, que consiste em ir repetindo a saudação que o anjo fez a Maria; intercalando um ‘Pai Nosso’ entre cada dez ‘Ave Marias’ e tratando de ir meditando enquanto isso na vida de Nosso Senhor”.
São João Paulo II, que acrescentou os mistérios luminosos à oração do Santo Rosário, escreveu em sua Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariae” que esta oração “na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no terceiro milênio recém iniciado, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade”.
Ao visitar o Santuário de Pompeia, na Itália, em março de 2015, o Papa Francisco se deteve em oração durante alguns minutos em frente à imagem de Nossa Senhora do Rosário e recitou a “Pequena Súplica”, extraída da histórica oração, composta pelo Beato Bartolo Longo, que, em 1875, levou a imagem ao Santuário de Pompeia:
“Virgem do Santo Rosário, Mãe do Redentor, mulher da nossa terra elevada aos céus, humilde serva do Senhor, proclamada Rainha do mundo, do profundo das nossas misérias recorremos a Ti. Com confiança de filhos, contemplamos o teu rosto dulcíssimo.
Coroada por doze estrelas, tu nos conduzes ao mistério do Pai, tu resplandeces de Espírito Santo, tu nos dais o teu Menino divino, Jesus, nossa esperança, única salvação do mundo. Mostrando-nos o teu Rosário, nos convidas a fixar o seu rosto. Tu nos abres o seu coração, abismo de alegria e de dor, de luz e de glória, mistério do Filho de Deus, que se fez homem por nós. Aos teus pés, nas pegadas dos Santos, sentimo-nos família de Deus.
Mãe e modelo da Igreja, tu és nossa guia e sustento seguro. Tu nos tornas um só coração e uma só alma, povo forte a caminho para a pátria do céu. Nós te apresentamos as nossas misérias, os tantos caminhos do ódio e do sangue, as antigas e novas pobrezas, sobretudo os nossos pecados. A ti confiamos, Mãe de Misericórdia! Obtém-nos o perdão de Deus! Ajuda-nos a construir um mundo, segundo o teu coração.
Ó Rosário bendito de Maria, doce corrente que nos liga a Deus; corrente de amor, que nos faz irmãos, não te deixaremos jamais. Nas nossas mãos serás a arma da paz e do perdão, estrela do nosso caminho. O nosso beijo a ti, com o último respiro, nos imergirá em um mar de luz, na visão da amada Mãe e do seu Filho divino, anseio e alegria do nosso coração, com o Pai e o Espírito Santo. Amém”.
Nossa Senhora do Rosário possui um devoção muito antiga. Teve origem com os Monges irlandeses no século VIII, que recitavam os 150 Salmos. Como os leigos não sabiam ler, os monges ensinaram a rezar 150 Pai Nossos, que mais tarde foram substituídos por 150 Ave Marias. Assim, a devoção, começou a se espalhar pelo mundo.
Em muitas aparições de Maria Santíssima, Ela pede, ensina e reza junto, a oração do Rosário, como em Lourdes, em Fátima e tantas outras.
Rosário de Nossa Senhora
A palavra Rosário quer dizer um tanto de rosas, um buquê de rosas que se oferece a Nossa Senhora. Cada Ave Maria é uma rosa que oferecemos à Mãe, com carinho e esperança. Assim, quando rezamos o Santo Rosário completo, oferecemos um buquê de duzentas rosas a Nossa Senhora.
A devoção de Nossa Senhora do Rosário
São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, foi o grande propagador do Rosário no início do século Xlll. A Igreja lhe conferiu o título de Apóstolo do Santo Rosário. Naquela época havia muitos hereges que desviavam os fieis da Igreja Católica. São Domingos, com a prática da oração do Rosário, a pedido de Nossa Senhora, começou a combater as heresias dos albingenses, que crescia vertiginosamente na França.
O Papa mandou vários missionários para combater os hereges, mas nada conseguiram. Somente São Domingos, com a criação de sua ordem e com a insistente oração do Rosário, é que conseguiu acabar com esses hereges. São Domingos dizia que em todas as orações do Rosário pedia a intercessão de Maria Santíssima para converter os hereges e com o passar dos anos conseguiu.
Papa João Paulo II, o Papa de Nossa Senhora do Rosário
João Paulo II dedicou todo o seu Pontificado a Maria Santíssima. Ele declarou logo no primeiro dia de seu pontificado: Totus tuus Mariae (Tudo é de Maria). A devoção a Nossa Senhora do Rosário foi amplamente difundida e divulgada. Ele acrescentou mais um conjunto de Mistérios ao Rosário - os Mistérios Luminosos - em uma Encíclica que escreveu sobre o Santo Rosário.
A Oração que veio do Céu
O que dá verdade e embasamento ao Santo Rosário, é que nos foi ensinado pelo próprio Jesus, por Maria Santíssima e pelo anjo do Senhor. O Pai Nosso foi ensinado por Jesus quando disse aos apóstolos: quando forem rezar, dizei: Pai nosso que estais no Céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a sua vontade, assim na terra como do Céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixeis cair em tentação, e livrai-nos de todo o mal. Amém.
A oração da Ave Maria, foi nos ensinada pelo Anjo Gabriel, que apareceu a Maria dizendo: Ave Maria Cheia de graça, o Senhor é convosco. Santa Isabel, cheia do Espírito Santo, como nos diz Lucas, disse a Maria: bendita sóis vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus. E a Igreja completou escrevendo: Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte amém.
Contemplação dos Mistérios do Rosário
Atualmente o Santo Rosário é dividido em quatro conjuntos de mistérios, onde contemplamos os momentos da vida de Jesus e de Maria. Os quatro conjuntos de Mistérios são:
Mistérios Gozosos nos quais se contemplam a anunciação do Anjo a Maria; a visita de Maria a sua prima Isabel; o nascimento de Jesus em Belém; a apresentação de Jesus no templo; e Jesus perdido e achado no templo entre os doutores da lei.
Mistérios Dolorosos nos quais se contemplam a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras; a flagelação de Jesus; a Coroação de Espinhos; Jesus carrega a Cruz até o Calvário; a Crucificação e morte de Jesus.
Mistérios Gloriosos nos quais se contemplam a Ressurreição de Jesus; a sua Ascensão ao Céu; a vinda do Espírito Santo Sobre os Apóstolos e Maria; a Assunção de Maria ao Céu; a coroação de Maria.
Mistérios Luminosos foram escritos pelo próprio Papa João Paulo II, em sua carta apostólica, Rosarium Virginis Mariae, no ano de 2002. Nestes mistérios contemplam-se toda a Vida pública de Jesus: o Batismo no Rio Jordão; o Milagre nas bodas de Caná; a proclamação do Reino do Céu e o convite a Conversão; a Transfiguração de Jesus no Tabor; a Instituição da Eucaristia.
Milagres de Nossa Senhora do Rosário
A devoção a Nossa Senhora do Rosário atravessa os séculos, trazendo a Igreja para o lado de Maria Santíssima, que a leva para a Salvação de Jesus. O Rosário de Maria une a terra aos Céus. Maria Santíssima, em suas aparições, sempre insiste para que as pessoas rezem o Rosário, que é um dos caminhos para se chegar a Jesus e a Salvação eterna. O Santo Rosário é também uma poderosa arma de intercessão, um meio certo de se obter graças através da Virgem Maria.
domingo, 3 de outubro de 2021
sábado, 2 de outubro de 2021
sábado, 18 de setembro de 2021
quarta-feira, 8 de setembro de 2021
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
domingo, 15 de agosto de 2021
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15 de Agosto - Assunção de Nossa Senhora
O dia 15 de Agosto é dedicado à Assunção de Nossa Senhora – Maria, mãe de Cristo. Trata-se de uma festa bastante importante para a igreja.
Neste dia, desde o século V, a igreja católica celebra a assunção de Maria ao reino dos céus. Segundo a tradição cristã, Maria despediu-se da vida aos 72 anos de idade, mas não morreu, tendo sido transportada para os céus, em Corpo e Alma, por um sonoro cortejo de anjos.
Maria terá nascido a 8 de Setembro do ano de 20 a.C.
Aos três anos de idade foi levada ao Templo de Jerusalém para a sua consagração. Conforme os preceitos da lei judaica, todas as crianças de ambos os sexos deveriam ser apresentadas e oferecidas a Deus para toda a vida e os pais teriam de as resgatar, pagando um tributo em prata.
A idade de 12 anos era um ponto alto na vida das crianças israelitas. Segundo os costumes e a lei, os rapazes passavam a gozar de direitos civis, tornando-se cidadãos judeus, e as raparigas ficavam legalmente autorizadas a casar-se (consideradas “gedulah“).
Ao completar os 12 anos, Maria já se entregara de alma aos conceitos judaicos de Deus, e tomou a decisão de não casar, embora essa atitude fosse mal vista pelos costumes da época, onde o dever da mulher era casar e ter filhos e aquelas que não casavam eram consideradas como tendo sido castigadas por Deus.
Das relações da família, o carpinteiro José apaixonou-se por Maria, e embora esta afirmasse que dedicara a sua virgindade a Deus, ele consentiu em casar.
Naquela época, o casamento era constituído por três partes: Desponsório (o Noivado), Condução (período intermediário) e as Bodas (Casamento propriamente dito).
No Desponsório era feito o Contrato de Casamento, que podia ser escrito ou oral, na presença de testemunhas, sendo igualmente a altura em que se combinava o dote da noiva.
Entre os Esponsais e a celebração da Boda decorria um intervalo de tempo, que podia chegar até aos doze meses. Os noivos viviam separados, mas podiam usar os direitos matrimoniais, e se houvesse filhos durante esta altura eram considerados legítimos.
No dia da boda, o futuro esposo seguia até à casa da noiva em traje de gala, acompanhado pelos amigos e com música que atraia o povo, formando um cortejo. Na casa da noiva, grupos de virgens dançavam e entoavam cantos, trazendo uma grinalda de flores numa das mãos e uma lâmpada acesa na outra. O ponto alto era o banquete, que começava mal os esposos entravam para a casa concebida para eles e que durava normalmente uma semana.
Após a realização do contrato de casamento, Maria recebeu a primeira visita do anjo Gabriel, que a saudou e lhe revelou que ela havia conquistado as graças do Céu, pelo que iria dar à luz um filho especial: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; Ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim“. (Lc 1,31-33)
O anjo explicou-lhe ainda que a concepção seria efectuada com a descida do Espírito Santo sobre ela e Maria respondeu: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra“. (Lc 1,38)
José ficou confuso com a situação, mas, após a visita de um anjo, durante o sono, aceitou a gravidez de Maria, que viria a ter o filho num estábulo em Belém.
Após a morte de Cristo, Maria continuou sempre a acompanhar os discípulos do filho, contando-lhes histórias acerca dele e seguindo com atenção as obras de divulgação da fé.
terça-feira, 3 de agosto de 2021
Cardeal Tolentino aponta desafios e oportunidades para a Igreja a partir do pontificado de Francisco
Cardeal Tolentino aponta desafios e oportunidades para a Igreja a partir do pontificado de Francisco: A Igreja Católica em diálogo com a arte e o pensamento.
terça-feira, 20 de julho de 2021
Dia 20 de julho - Dia do Amigo
" A amizade é uma experiência que o próprio Deus testemunha. O amigo é a certeza de que Deus não nos abandona.
Há um provérbio que diz:
«Viver sem amigos é morrer sem testemunhas». Os amigos trazem à nossa vida uma espécie de atestação. Os amigos sabem o que é para nós o tempo. Eles testemunham que somos, que fizemos, que amamos, que perseguimos determinados sonhos e que fomos perseguidos por este ou aquele sofrimento. E fazem-no não com a superficialidade que na maior parte das vezes é a das convenções, mas com a forma comprometida de quem acompanha. O olhar do amigo é uma âncora."
José Tolentino de de Mendonça
#JuntosAtéPemba
Uma manhã de calor, dez pessoas que põem os pés ao caminho, paisagens lindas entre Ribeira d'Ilhas, Ribamar, Praia dos Coxos e, de novo Ribeira d'Ilhas, o ar do mar e o coração unido ao povo de Pemba! 50 km já estão feitos! 👣👣👣👣👣👣👣👣👣👣🌍
Aqui fica o desafio... continuar a caminhada missionária a favor de Pemba - Cabo Delgado... São 10.302 km, já fizemos 50km, já só faltam 10.252!!! 👣👣👣👣👣👣👣👣👣👣
Juntos vamos conseguir! Quem quer continuar a caminhar?😷
5km = 5€🌍
quinta-feira, 15 de julho de 2021
sábado, 10 de julho de 2021
Isabella Piro - Vatican News
Como fazer férias "divinas"? Abre-se com esta pergunta, intencionalmente provocativa, o particular "Decálogo do cristão em férias" preparado pelos bispos franceses para este verão 2021.
A proposta do episcopado parte de um dado de fato: "Durante as férias, somos 'menos' cristãos. Antes ainda, às vezes não o somos de nenhuma maneira – lê-se no site da Conferência Episcopal (CEF). Permitimo-nos um tempo excepcional, uma festa sem Deus, domingos sem Missa. Resumidamente: Deus está de férias”. Neste sentido, a sugestão para conceber o tempo de ócio e de descanso também como “um itinerário no amor do Senhor”.
A primeira regra, então, será dedicar "tempo à caridade", refletindo sobre o "peso" que o amor terá durante as férias. “Este é um ponto essencial - sublinham os bispos - caso contrário, o período de verão corre o risco de ser somente egoísmo disfarçado de relax”.
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13/06/2021
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A segunda regra será “colocar Deus na mala”, isto é, bastará, por exemplo, levar consigo “uma pequena Bíblia, a vida de um Santo, uma pequena obra de Teologia”, explica a Conferência Episcopal francesa, sem esquecer “o Rosário, um pequeno ícone ou um crucifixo”.
Da mesma forma, o terceiro Mandamento convida a "levar Deus no coração em cada momento das férias", porque "a fé é a nossa ligação com o Senhor".
No quarto ponto, por outro lado, os bispos exortam os fiéis a "fugir dos lugares sem Deus", isto é, daquelas "situações ambíguas ou doentes que prejudicam o nosso vínculo com o Senhor e com o próximo".
O tempo das férias, de fato - e este é o quinto mandamento - deve ser entendido como “um longo domingo”, portanto, como “um tempo para dedicar um espaço somente a Deus”.
Por isso, como sexta regra, a CEF exorta a não “faltar à Missa” usando desculpas triviais, mas sempre participar do encontro com o Senhor.
Enfim, os quatro últimos mandamentos são indicações práticas para “contemplar, testemunhar, servir e alegrar-se”: contemplar a beleza presente “na natureza, na arte, no ser humano”, porque “sem contato com a beleza, ficamos áridos rapidamente”; dar testemunho de Cristo, porque “nas férias, não devemos nos limitar a 'permanecer' cristãos, mas também a despertar a fé nos outros”; servir ao próximo, porque colocar-se ao serviço do outro significa percorrer “o caminho de Deus”.
E, por fim, se alegrar: “O cristão se alegra em tudo porque sua alegria está antes de tudo em Deus - recorda a CEF. Longe do ideal mundano da ociosidade preguiçosa e desumanizante, o cristão exala alegria quando Deus dá sua graça, na verdade e a gratuidade do dom de si”.
“E no seu regresso, melhor do que as fotos orgulhosas das empreitadas turísticas - concluem os bispos - o cristão dará testemunho de um coração mais alegre por ter levado Deus de férias com ele”.
Vatican News Service - IP
domingo, 27 de junho de 2021
"Fresca manhã da vida, recomeço"...
de um dia, de um Domingo☀️, de um ano novo! 🔥
OBRIGADA a todos e cada um dos que caminham comigo 👣
aqueles cujas vidas, por alguma razão, um dia tocaram a minha vida e ficaram a fazer parte dela 😘
aqueles com quem em várias circunstâncias e em vários cantos do mundo, já partilhei a vida e já fui muito feliz 🌍
GRATIDÃO pela Vida, por cada um de vós, ao Deus da Vida! 🙏💝
Miguel Torga
MANHÃ
Fresca manhã da vida, recomeço
Doutros orvalhos onde o sol se molha.
Nova canção de amor e novo preço
Do ridente triunfo que nos olha.
Larga e límpida luz donde se vê
Tudo o que não dormiu e germinou;
Tudo o que até de noite luta e crê
Na força eterna que o semeou.
Um aceno de paz em cada flor;
Um convite de guerra em cada espinho;
E os louros do perfeito vencedor
À espera de quem passa no caminho.
in ‘Libertação’
sexta-feira, 25 de junho de 2021
domingo, 13 de junho de 2021
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Jornada de Oração pela Santificação dos Sacerdotes
Hoje, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, é também dia de oração pela santificação dos sacerdotes.
Instituído por São João Paulo II em 1995, com a Carta aos Sacerdotes por ocasião da Quinta-feira Santa, o "Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes" é celebrado todos os anos na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. O seu objetivo é encorajar, tanto os sacerdotes a refletir sobre o dom do sacerdócio que receberam de Cristo, quanto os fiéis a rezar por seus sacerdotes, para que possam ser fortalecidos no seu ministério e permanecer firmes no seu compromisso com o Senhor.
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𝐎𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐩𝐞𝐥𝐨𝐬 𝐒𝐚𝐜𝐞𝐫𝐝𝐨𝐭𝐞𝐬
𝑁𝑜́𝑠 𝑡𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑚𝑜𝑠, 𝑆𝑒𝑛ℎ𝑜𝑟 𝐽𝑒𝑠𝑢𝑠, 𝑝𝑒𝑙𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑐𝑒𝑟𝑑𝑜𝑡𝑒𝑠, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑗𝑎𝑚 𝑓𝑖𝑒́𝑖𝑠 𝑎𝑜 𝑑𝑜𝑚 𝑑𝑎 𝑣𝑜𝑐𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑒 𝑚𝑖𝑛𝑖𝑠𝑡𝑒́𝑟𝑖𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟𝑎𝑚 𝑒 𝑣𝑖𝑣𝑎𝑚 𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑇𝑖 𝑒 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑃𝑜𝑣𝑜 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑢𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑙ℎ𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎𝑠𝑡𝑒!
𝑆𝑒𝑛ℎ𝑜𝑟 𝐽𝑒𝑠𝑢𝑠, 𝑓𝑎𝑧 𝑐𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑐𝑒𝑟𝑑𝑜𝑡𝑒𝑠 𝑠𝑒𝑗𝑎𝑚 𝑠𝑎𝑛𝑡𝑜𝑠, ℎ𝑢𝑚𝑖𝑙𝑑𝑒𝑠 𝑒 𝑝𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜, 𝑐𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑜𝑏𝑒𝑑𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑎̀ 𝑣𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑖! 𝑄𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑗𝑎𝑚 «𝑏𝑜𝑛𝑠 𝑝𝑎𝑠𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠» 𝑒 «𝑏𝑜𝑛𝑠 𝑠𝑎𝑚𝑎𝑟𝑖𝑡𝑎𝑛𝑜𝑠», 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒𝑚𝑢𝑛ℎ𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑇𝑒𝑢 𝐶𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜!
𝑆𝑒𝑛ℎ𝑜𝑟 𝐽𝑒𝑠𝑢𝑠, 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑐𝑒𝑟𝑑𝑜𝑡𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑧𝑎𝑚 𝑜 𝑃𝑜𝑣𝑜 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑢𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑎𝑏𝑒𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑒 𝑚𝑖𝑠𝑒𝑟𝑖𝑐𝑜́𝑟𝑑𝑖𝑎, 𝑣𝑖𝑣𝑎𝑚 𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑃𝑎𝑙𝑎𝑣𝑟𝑎 𝑒 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝐸𝑢𝑐𝑎𝑟𝑖𝑠𝑡𝑖𝑎, 𝑡𝑒𝑛ℎ𝑎𝑚 𝑔𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑒𝑙𝑒𝑏𝑟𝑎𝑟 𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑐𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠, 𝑠𝑒𝑗𝑎𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑚𝑝𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑒 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜, 𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑙ℎ𝑒𝑠 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑒 𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑒 𝑑𝑒𝑑𝑖𝑐𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑎𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠, 𝑎𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠, 𝑎𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠, 𝑎𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑜𝑓𝑟𝑒𝑚 𝑒 𝑎̀𝑠 𝑓𝑎𝑚𝑖́𝑙𝑖𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜.
𝐹𝑎𝑧, 𝑆𝑒𝑛ℎ𝑜𝑟 𝐽𝑒𝑠𝑢𝑠, 𝑐𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑐𝑒𝑟𝑑𝑜𝑡𝑒𝑠 𝑠𝑎𝑖𝑏𝑎𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑙ℎ𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝑗𝑜𝑣𝑒𝑛𝑠 𝑎 𝑎𝑙𝑒𝑔𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑐𝑒𝑟𝑑𝑜𝑡𝑎𝑙. 𝐴𝑚𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑐𝑒𝑟𝑑𝑜𝑡𝑒𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠 𝑒 𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠, 𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒𝑚 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑡𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠. 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑔𝑒-𝑜𝑠 𝑛𝑎𝑠 𝑠𝑢𝑎𝑠 𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑢𝑙𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠, 𝑓𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙𝑒𝑐𝑒-𝑜𝑠 𝑛𝑎𝑠 𝑠𝑢𝑎𝑠 𝑓𝑟𝑎𝑔𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠.
𝑆𝑒̂, 𝑆𝑒𝑛ℎ𝑜𝑟 𝐽𝑒𝑠𝑢𝑠, 𝑎𝑚𝑝𝑎𝑟𝑜 𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑢́𝑔𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑐𝑒𝑟𝑑𝑜𝑡𝑒𝑠, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑞𝑢𝑒, 𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑝𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐸𝑠𝑝𝑖́𝑟𝑖𝑡𝑜, 𝑡𝑒𝑛ℎ𝑎𝑚 𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑒 𝑒𝑛𝑜𝑏𝑟𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑓𝑜𝑔𝑜 𝑑𝑜 𝑇𝑒𝑢 𝑎𝑚𝑜𝑟.
𝐴́𝑚𝑒𝑛!
quinta-feira, 10 de junho de 2021
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Para Português Ler
Porque hoje é o meu dia e o de todos os portugueses
Apresento-me...
O meu nome é Luís Vaz de Camões e vivi em Portugal no século XVI. Aqueles que mais tarde viriam a ocupar-se da minha vida (os meus biógrafos) viram-se em sérios embaraços para sabê-lo, visto que não conseguiram obter documen¬tos seguros a meu respeito. Muitas histórias se inventaram sobre mim, mas, como diria mais tarde, no século XX, um famoso cineasta, de origem irlandesa e de nome John Ford, "quando a lenda ultrapassa a realidade, publique-se a lenda…”
De qualquer modo, vou, para que a minha apresentação seja mais completa, dizer-vos que nasci em Portugal, em Lisboa, por volta de 1524.
A minha família era pobre e pobre vivi sempre. No entanto, e porque, mesmo pobre, a minha família pertencia à nobreza, pude ser educado no contacto com os clássicos gregos e latinos, e conhecer toda a literatura e civilização desses dois povos. Li, nomeadamente, os livros que considero os mais importantes do Mundo: os poemas de Homero sobre a Guerra de Tróia - A Íliada - e sobre as aventuras do sábio Ulisses - A Odisseia - e o poema de Virgílio, narrando as navegações de Eneias - A Eneida. Aprendi também muitas lendas ligadas aos Gregos e Romanos, como a lenda dos Argonautas, navegadores que procuravam encontrar o velo de ouro. E fiquei a saber a mitologia dos Gregos e Romanos e, portanto, as histórias dos seus deuses e deusas. Gostei também de ler coisas relacionadas com o Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda, bem como sobre Carlos Magno e os Doze Pares de França. Pude conhecer igualmente outros livros e autores estrangeiros muito admirados e lidos no meu tempo, como Ariosto e Petrarca e gostei particularmente dos sonetos deste último.
Para além da leitura, Ocupava eu o meu tempo em distrações próprias de Jovens, como namorar as cachopas bem lindas do meu tempo, em Coimbra, segundo dizem, e, mais tarde, em Lisboa. Os meus biógrafos haveriam de inventar-me muitas namoradas, nomeadamente entre as donzelas e damas da Corte e mesmo amores por princesas. Não sou eu quem vos dirá se é verdade ou mentira tudo quanto pensaram descobrir porque, aqui para nós, até fico vai¬doso de saber de tantos namoros... A verdade é que nem sempre fui muito bem comportado e vi-me envolvido em brigas. É que eu era bom espadachim e ai de quem se metesse comigo!... Estive preso por diversas ocasiões, nomeada¬mente em Constância dizem os habitantes dessa linda terra junto ao Tejo. Mas também sobre isso não há certezas e eu, mesmo que me lembrasse, não iria desapontá-los.
Frequentei também Os serões da Corte e fiz muitos versos às damas; mais tarde seriam publicados com o título de Lírica. Ganhei fama, adeptos (sobretudo entre as damas) e inimigos, gente invejosa do meu êxito e do meu talento de poeta lírico.
A determinada altura fui para soldado, profissão própria de nobres, e fui com¬bater os Mouros para o Norte de África, zona em que o meu Rei queria obter territórios. A vida na tropa não foi nada boa, porque mesmo quando a guerra é justa - e eu até achava as guerras contra os Mouros justas e santas, pois acreditava serem boas para o meu Rei e para poder levar-se a verdadeira reli¬gião a África e ao Oriente, - o perigo é grande de morrer jovem ou de ser ferido. E foi isso mesmo que sucedeu: fui ferido em combate e perdi para sem¬pre um dos meus olhos. Eu até era um rapaz jeitoso e com sorte junto das moças, mas algumas, por maldade, ou simplesmente porque eram tontas, tro¬çavam de mim por ser cego de um dos olhos, chamando-me "cara sem olhos” Vingava-me, fazendo versos e até fazendo humor sobre a minha infeli¬cidade... Como estes:
Sem olhos vi o mal claro
que dos olhos se seguiu:
pois cara sem olhos viu
olhos que lhe custam caro.
De olhos não faço menção,
pois quereis que olhos não sejam;
vendo-vos, olhos sobejam,
não vos vendo, olhos não são.
Tempos depois, fui enviado para a Índia, dizem alguns que como castigo por mau comportamento, outros que por vingança de algum rival por mim vencido nos amo¬res ou nas brigas. Não me ralei. A verdade é que senti um enorme prazer em poder repetir a viagem que tantos portugueses já tinham feito antes e que Vasco da Gama, para mim o mais importante herói de Portugal, fizera pela primeira vez em 1498. Gostei de conhecer a costa africana, o Oceano Atlântico e também o Índico e de ir prestar serviço para Goa, capital do Império Português do Oriente. Claro que eram viagens difíceis, mas gostei muito de poder conhecer novos céus, novos climas, novos usos e costumes tão diferentes dos nossos, novas formas de arte, outras religiões e mulheres lindíssimas como a Bárbara e a Dinamene, de beleza tão diferente das mulheres europeias, duas cativas que de mim fizeram para sempre um cativo seu. Sobre a primeira escrevi eu
Aquela cativa
Que me tem cativo
Porque nela vivo
Já não quer que viva
Tal como tinha acontecido em Lisboa, também por estas bandas me não falta¬ram inimigos... e, a certa altura, fui enviado para Macau, com um cargo oficial. Gostei de estar nesse território chinês ocupado por portugueses. Diz a lenda que em Macau escrevi os meus Lusíadas numa gruta adequada ao trabalho de fazer poesia... Acusaram-me de fraudes. Estava inocente, mas tive de regressar a Goa, em cuja prisão passei dias amargos... Por sinal, da minha estadia na pri¬são existe um retrato.
No Oriente fui igualmente vítima de um naufrágio em que quase perdi a vida e no qual salvei a custo Os Lusíadas. Esse naufrágio no rio Mecom deixaria em mim uma enorme tristeza e um grande desalento. É que nele morreu a minha Dinamene, que recordaria sempre com saudade e mágoa. À sua recordação dediquei poemas muito sentidos. É que nunca mais me foi tão doce a vida, após a perda da minha amiga, tão jovem, tão bela, a quem eu tanto amava e que me amava tanto a mim. Sonho muitas vezes com ela, vejo-a, chamo-a pelo nome..
Dina!...
e antes que diga mene acordo e vejo
que nem um breve engano posso ter.
Regressei algum tempo depois a Portugal e à minha Lisboa. Ao contrário de tantos que na Índia fizeram fortuna rápida, regressei mais pobre do que quando tinha saído. Tanto, que só tive dinheiro para pagar a viagem até à Ilha de Moçambique. Por lá fiquei, até que amigos que vinham da Índia me pagaram o resto da viagem.
Em Lisboa aguardava-me, ansiosa, a minha querida mãe, uma das muitas que tinham visto partir os filhos com amargura e medo de os não voltar a ver, como conto no meu livro Os Lusíadas. Vinha fraco, pobre e doente. Tive, felizmente, o apoio de um escravo que veio comigo. Melhor direi, de um grande amigo, o António, mais conhecido por Jau, por ser natural da ilha de Java. Muito lhe devo pela amizade e até porque muitas vezes pedia esmola para eu poder sobreviver. Tratei de conseguir a publicação do meu livro, em que procurei ser um digno continuador do génio de Homero e Virgílio. Não era fácil publicar um livro em Portugal. Os Portugueses não ligavam muito à arte e à poesia, o que é pena. Pedi audiência ao Rei, um jovem simpático que prometia ser valente - D. Sebastião - e pedi-lhe que me permitisse ler-lhe o meu poema - que aliás lhe dedicava. Se ele aceitasse ouvir-me, haveria de ver que era muito mais importante ser rei dos Portugueses do que ser rei do Mundo.
O Rei aceitou ouvir-me longamente e os seus olhos brilhavam de entusiasmo ao ouvir a história do povo lusíada, ou português, bem mais importante que as muitas histórias dos antigos, já cantadas por Homero e Virgílio. Após a leitura, agradeceu-me e prometeu pagar-me uma pensão razoável até ao fim dos meus dias. Nem sempre a pensão chegou, porque os reis são bem mais rápidos a prometer do que a cumprir algumas das suas promessas... Também é certo que o jovem rei estava envolvido na preparação de uma expedição militar a Marrocos (mal ele sabia que aí haveria de perder a vida...), e essas coisas de guerras exigem muito dinheiro...
Seja como for, e isso é que importa, o meu livro foi publicado em 1572 e com tanto êxito, que logo nesse ano houve uma segunda edição. É bom que eu diga aos meus jovens leitores do século XX que, nessa altura, pouca gente sabia ler. De mim ficaram os meus versos, as composições líricas, em que trato de assuntos sentimentais, emotivos; algumas peças de teatro - EI-rei Seleuco, Anfitriões, Filodemo. Mas a minha melhor e mais conhecida obra é, de facto, Os Lusíadas.
Já chega de tanto falar de mim. Afinal, se hoje sou conhecido em todo o Mundo, tal se deve aos meus poemas e não à minha vida como pessoa. E, se a vida me não correu muito bem, depois da minha morte tornaram-me o símbolo da nossa pátria e daquilo que há de melhor no povo português. Tanto que, mais tarde, transferiram o que restava do meu corpo para o Mosteiro dos Jerónimos, para um túmulo junto ao de Vasco da Gama, onde hoje sou visitado por muitos portugueses e estrangeiros, que me põem umas flores de vez em quando. Muitos desses visitantes, se calhar, nunca me leram, mas ouvem falar de mim como um dos grandes poetas da humanidade e como símbolo da nossa pátria. Por isso, a data da minha morte, 10 de Junho, é assinalada como dia feriado: o Dia de Portugal.
Amélia Pinto Pais
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