A falta de luz e de tempo disponível impediram-me de dar notícias nos últimos dias… mas estou viva e bem disposta…
Mais ou menos todos os dias somos confrontados com algum corte de electricidade… quando menos se espera, ele aí está… e não há luz! Claro que é preciso passar ao plano B, trabalhar à luz da vela ou… não trabalhar… mas como não trabalhar não convém… faz-se o que se pode e como se pode, mas há coisas que não podemos fazer!
Da semana passada tenho duas coisas para partilhar convosco:
Na 3ª feira, dia 22 de Fevereiro, participei no I ENCONTRO DOS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCELHO DE S. MIGUEL
Fiquei feliz quando este encontro foi anunciado pois acreditava que assim poderia perceber melhor a realidade do ensino da Língua Portuguesa, neste Concelho, onde agora estou… E assim aconteceu! Estava reunida a quase totalidade dos professores de Língua Portuguesa e, logo no primeiro tópico das actividades: “Apresentação do retrato das dificuldades dos alunos no processo ensino - aprendizagem da Língua Portuguesa ” elas aí apareceram sem máscara e sem rodeios: a maioria dos alunos só convive com a Língua Portuguesa na Escola, muitos não estão motivados para a utilizarem porque não se sentem preparados para tal, os professores das outras disciplinas acabam por falar em crioulo e permitir que os alunos respondam igualmente em crioulo o que acontece também nos testes sem que isso seja corrigido e penalizado na respectiva avaliação.
No segundo tópico foi apresentado um olhar crítico sobre “A adequabilidade do programa nacional à realidade do Concelho” e em seguida discutiu-se sobre “Socialização das estratégias a serem aplicadas para o melhoramento do ensino do português” e sobre “As iniciativas não académicas na promoção da Língua Portuguesa, no concelho de S. Miguel”.
O encontro permitiu um diálogo saudável e construtivo e terminou com um almoço onde o convívio continuou entre os docentes que têm a difícil tarefa de ensinar a Língua Portuguesa, neste concelho do interior da Ilha de Santiago, a alunos que não vêem grande utilidade na aprendizagem desta Língua feita em quatro blocos semanais de 50m em turmas que têm à volta de quarenta alunos e, na maioria dos casos, com poucos (ou pouquíssimos) recursos materiais.
Exemplifico essas dificuldades com alguns trabalhos dos meus alunos do 8º ano:
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