«Hoje é dia de todos os
santos: dos que têm auréola
e dos que não foram canonizados.
Dia de todos os santos: daqueles que viveram, serenos
e brandos, sem darem nas vistas e que no fim
dos tempos hão-de seguir o Cordeiro.
Hoje é dia de todos os Santos: santos barbeiros e
santos cozinheiros, jogadores de football e porque
não? comerciantes, mercadores, caldeireiros e arrumadores (porque não arrumadoras? se até
é mais frequente que sejam elas a encaminhar o espectador?)
Ao longo dos séculos, no silêncio da noite e à
claridade do dia foram tuas testemunhas; disseram sim/sim e não/não; gastaram palavras,
poucas, em rodeios, divagações. Foram teus
imitadores e na transparência dos seus gestos a
Tua imagem se divisava. Empreendedores e bravos
ou tímidos e mansos, traziam-te no coração,
Olharam o mundo com amor e os
homens como irmãos.
Do chão que pisavam
rebentava a esperança de um futuro de justiça e de salvação
e o seu presente era já quase só amor.
Cortejo inumerável de homens e mulheres que Te
seguiram e contigo conviveram, de modo admirável:
com os que tinham fome partilharam o seu pão
olharam compadecidos as dores do
mundo e sofreram perseguição por causa da Justiça
Foram limpos de coração e por isso
dos seus olhos jorrou pureza e dos seus lábios
brotaram palavras de consolação.
Amaram-Te e amaram o mundo.
Cantaram os teus louvores e a beleza da Criação.
E choraram as dores dos que desesperam.
Tiveram gestos de indignação e palavras proféticas
que rasgavam horizontes límpidos.
Estes são os que seguem o Cordeiro
porque te conheceram e reconheceram e de ti receberam
o dom de anunciar ao mundo a justiça e a salvação»
Maria de Lourdes Belchior
e dos que não foram canonizados.
Dia de todos os santos: daqueles que viveram, serenos
e brandos, sem darem nas vistas e que no fim
dos tempos hão-de seguir o Cordeiro.
Hoje é dia de todos os Santos: santos barbeiros e
santos cozinheiros, jogadores de football e porque
não? comerciantes, mercadores, caldeireiros e arrumadores (porque não arrumadoras? se até
é mais frequente que sejam elas a encaminhar o espectador?)
Ao longo dos séculos, no silêncio da noite e à
claridade do dia foram tuas testemunhas; disseram sim/sim e não/não; gastaram palavras,
poucas, em rodeios, divagações. Foram teus
imitadores e na transparência dos seus gestos a
Tua imagem se divisava. Empreendedores e bravos
ou tímidos e mansos, traziam-te no coração,
Olharam o mundo com amor e os
homens como irmãos.
Do chão que pisavam
rebentava a esperança de um futuro de justiça e de salvação
e o seu presente era já quase só amor.
Cortejo inumerável de homens e mulheres que Te
seguiram e contigo conviveram, de modo admirável:
com os que tinham fome partilharam o seu pão
olharam compadecidos as dores do
mundo e sofreram perseguição por causa da Justiça
Foram limpos de coração e por isso
dos seus olhos jorrou pureza e dos seus lábios
brotaram palavras de consolação.
Amaram-Te e amaram o mundo.
Cantaram os teus louvores e a beleza da Criação.
E choraram as dores dos que desesperam.
Tiveram gestos de indignação e palavras proféticas
que rasgavam horizontes límpidos.
Estes são os que seguem o Cordeiro
porque te conheceram e reconheceram e de ti receberam
o dom de anunciar ao mundo a justiça e a salvação»
Maria de Lourdes Belchior
Halloween? Pão por Deus? Todos os
Santos? O
que são e quais as diferenças?
Se Exupéry acreditava que a linguagem é uma
fonte de mal entendidos, não é inconveniente de todo afirmarmos que a
desinformação é a fonte de grandes males na nossa vida. Não se julgue a
desinformado quem não sabe, mas quem não busca saber, ou quem busca de forma
errónea. Nesta sociedade em que vivemos há uma tendência a profanarmos as
tradições e as celebrações com estrangeirismos que em nada nos enriquecem.
Antes pelo contrário, desalmam o que de mais genuíno temos, e atiram-nos à
ignorância das raízes que nos conferem identidade.
Entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro
assistimos em Portugal a uma manifestação muito sui generis de celebrarmos um
estrangeirismo – o Halloween – misturado com uma antiga e significativa
tradição que é o Pão por Deus, que se insere na mística celebrativa católica do
dia de Todos os Santos – agora sem feriado, mas ainda sendo solenidade, dia
santo – e no dia 2 com a celebração que recorda os Fiéis Defuntos. É desta
forma que celebramos todos aqueles que nos precederam na vivência da nossa fé.
O
Halloween surge na América do Norte, afirmando-se como um evento tradicional e
cultural, tendo por base e origem as celebrações do povo Celta remontando-nos
ao século III na Gália. Halloween, como o próprio nome pode-nos indicar,
realiza-se na véspera de Todos os Santos – 31 de outubro – data esta em que
após o pôr-do-sol, ocorriam os ritos sagrados dos celtas. Eram inclusos numa
festa em honra de Samhain, servindo para marcar o fim do verão. Os celtas
acreditavam que neste dia o Céu e a Terra estreitavam a distância,
proporcionando-se uma maior proximidade entre as duas realidades. Seria nesta
data que os espíritos dos mortos voltariam para visitarem os seus lares e guiar
os seus familiares até ao outro lado. O Céu era um lugar livre de toda e qualquer
dor. Um lugar de felicidade perfeita, onde nem fome, nem algum outro mal
existia.
Com a Cristianização houve uma cristianização
desta festa. A partir do quarta centúria da nossa época, a Igreja Síria começou
a celebrar o dia de Todos os Mártires. Só já no século VII com Bonifácio IV é
que se transforma o Panteão – templo dedicado a todos os deuses mitológicos –
num templo cristão, consagrado a Todos os Santos, primitivamente celebrado a 13
de maio. Entretanto Gregório III acha por bem fixar a celebração no primeiro
dia de novembro, e já no século IX, Gregório IV ordena que a mesma tenha um
carácter universal na sua celebração, tendo assim necessariamente de haver
vésperas já no dia 31 de outubro. Nas
Igrejas Orientais era costume celebrar-se no I domingo após o Pentecostes.
Esta é uma importante celebração ecuménica,
onde se comemoram tanto os santos reconhecidos pela Igreja, como aqueles a quem
eles estão ligados. Recordamos ainda todos aqueles que estão a caminho da
santidade total.
É desta comunhão que
nasce o “pão por Deus”. Obras de caridade, esmolas, para com os mais
necessitados, em nome das almas que mais precisavam, nomeadamente as de
parentes próximos.
Uma coisa é-nos certa. Não é, de forma alguma,
fácil ao Homem hodierno imaginar a Vida Eterna dos Bem Aventurados como
conjunto de todos os bens, numa ausência total do mal. O que é certo é que o
Homem sempre sentiu uma necessidade própria de encontrar Deus, de o sentir de
diversas formas. Mantenhamos o que é nosso, o que é Cristão, num tempo em que
podemos redescobrir todos estes valores, tão necessários à nossa sociedade e à
nossa própria vida espiritual.
Nuno Sousa (Equipa Cristo Jovem)
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