Este foi um dos cânticos que hoje cantámos na “Catedral” de S. Miguel e que, ficou a ecoar no meu coração, neste dia de eleições…
Neste Domingo em que a Liturgia diz que o cristão é força transformadora do mundo (sal e luz), nós percebemos melhor que ser cristão mais do que afirmá-lo por palavras, é mostrá-lo na vida, com os nossos gestos, as nossas atitudes e comportamentos.
“Cristão sem sabura é como comida sem sal; o nosso mundo não está sabi porque cristão já perde si força, já vende si fé… e cristão sem fé não serve para nada…”
A liturgia de hoje convida-nos a perceber quais são as atitudes do homem recto (…) “Reparte o pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir (…) tira do meio de si a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas”, no Salmo cantávamos: “Para o homem recto nascerá uma luz no meio das trevas” e no Evangelho Jesus diz-nos: “Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora.”
Ao proclamar hoje esta Palavra como Palavra de Salvação, não podia deixar de pensar na diferença abismal e infinita entre a Palavra de Deus, que dignifica o Homem, que o respeita e liberta, e a palavra dos políticos que fui ouvindo ao longo desta campanha… e os métodos de que se acusam uns aos outros de usar e que passam por coisas como “compra cabeça” / “troca cabeça”; aquilo que se faz/dá às escuras ou mesmo às claras para comprar os votos do povo simples até à prática da “boca da urna” onde é feita a última tentativa para influenciar o sentido do voto.
Ao aperceber-me desta realidade, ao sofrer com ela, ao sentir o coração a sangrar por ver pessoas simples e sem objectivos a servirem de isco a alguns e cristãos sem força para serem SAL e LUZ, ao ver como é fácil enviar para o exterior só a imagem das coisas boas, sem mostrar tudo o que se passa cá dentro, só consigo repetir baixinho e, muitas vezes, o cântico que os jovens hoje cantaram, sem saberem verdadeiramente o alcance das suas palavras: “OH! NHÔR DÊS NHU TEM PENA DI NÓS.”
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