Convite


" A Igreja convida-nos a aprender de Maria (...) a contemplar o projecto de amor do pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama."



Mensagem Bento XVI, Dia Mundial das Missões 2010
















segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quando cheguei estava connosco um missionário de Cabo Verde, que está na Guiné, e agora em período de férias, veio ajudar esta missão.
Porque foram muito enriquecedoras as conversas que tivemos, pedi-lhe para falar da missão onde está e ele fê-lo com muita paixão. Aqui fica o testemunho do Pe. Manuel:

Os missionários do Espírito Santo chegaram à Guiné-Bissau em 1979, instalaram-se em Bajob, uma pequena aldeia do Sector de Calequisse, zona manjaca daquele País. Antes já tinham trabalhado com os manjacos em Dakar. Acharam porém que era preciso conhecer as suas origens para que a animação que fazem fosse mais eficaz, o que corresponde à vontade de alguns manjacos que pediram que os espiritanos fossem para a Guiné-Bissau.
O Conselho Geral Alargado de Alemanha, nos anos 70, aceitou o pedido do Distrito do Senegal e dos referidos manjacos. Decidiram em favor da presença espiritana na zona manjaca. Eram 3 missionários: dois franceses e um português. Optaram por ficar numa pequena aldeia de 300 pessoas, Bajob, e não o Centro do Sector, Calequisse porque um dos objectivos a que se propuseram era o conhecimento da língua e da Cultura manjaca, o que não se conseguia facilmente em Calequisse, onde as pessoas, pelo menos uma parte, falam o crioulo.
Realmente passados mais de 30 anos já se nota que os missionários de Bajob não negligenciaram esta pista: investiram na aprendizagem da língua local, aplicaram-na na liturgia, visitaram as pessoas, editaram métodos e léxicos manjacos…
O mundo visível manjaco depende completamente do invisível: os espíritos e os antepassados que são consultados para tudo. Os espíritos são muito respeitados e fazem-se-lhes muitas cerimónias, libações e sacrifícios para os apaziguar e repor a ordem das coisas.
As festas mais importantes são a Iniciação tradicional, 3 meses no Mato Sagrado,  de 25 em 25 anos ou de dez em dez anos em Caió, mais ou menos, e a morte.
Os cristãos são apenas 5% da população. A Paróquia de Bajob tem 15 mil habitantes e corresponde a todo o Sector de Calequisse. Ela é formada por 12 comunidades cristãs, cada uma com a sua capela; num domingo têm a missa e noutro a celebração da Palavra de Deus. Actualmente só tem 2 padres e uma comunidade de irmãs Espiritanas, desde 1995, formada por quatro membros, que prestam um excelente trabalho à Diocese de Bissau, a nível de pastoral e do social.
Em 1988, abriu-se a comunidade de Caió, ainda na zona manjaca. De 2002 a 2006 os missionários deixaram de ter Bajob como base. Ficaram em Caió e iam a Bajob onde passavam alguns dias. De 2006 para cá a situação inverteu-se, isto é, a base passou a ser Bajob.
Em Caió há uma comunidade de irmãs Espiritanas, desde 1991, que como as de Bajob, prestam uma excelente colaboração à evangelização deste povo. Actualmente é formada por três irmãs.
Em cada quinze dias os padres dão apenas quatro dias de presença e assistência a Caió por lá haver menos comunidades cristãs.
As nossas prioridades são: o conhecimento da língua e da Cultura, o diálogo com a Religião tradicional, a fundação e a animação das comunidades cristãs, a inculturação, a educação/ensino e saúde, a promoção infantil e feminina.
Em 1991 aceitámos uma Paróquia em Bissau, uma presença urbana.
Em 2004 abrimos a Missão de Gabu, Diocese de Bafatá, uma presença em zona muçulmana que tem como uma das suas prioridades o diálogo com o Islamismo.
Contamos que rezem por nós, para que o Evangelho continue a fecundar o coração do povo manjaco e e de toda a Guiné Bissau.

“Uënda wël-ind mbos!” (está em língua manjaca e significa saudamo-vos a todos!)
                                               25 de Julho de 2011, P. Manuel SEMEDO
 Poilão




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