Convite


" A Igreja convida-nos a aprender de Maria (...) a contemplar o projecto de amor do pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama."



Mensagem Bento XVI, Dia Mundial das Missões 2010
















domingo, 26 de dezembro de 2010

MAGNÍFICA NOITE DE NATAL!

         Os preparativos e ensaios tinham sido tantos que eu estava expectante para ver como tudo ia decorrer…
Espaço onde aconteceu a celebração da Eucaristia

A celebração da Eucaristia começou às 21h30, no espaço multi-usos e, bem antes, já uma multidão de pessoas estava sentada, de forma muito organizada, à espera do início da mesma.
A primeira admonição que fiz, no início da Celebração, dizia: “(…) Esta é para nós, cristãos uma grande noite. A noite em que nos foi dado o Filho de Deus, pelo seu nascimento e pelo seu mistério de Encarnação. Hoje nasceu para nós, o Salvador!”
Proclamou-se, em seguida, a Palavra de Deus e o Evangelho foi representado. Durante largos minutos, um Auto de Natal permitiu que nos aproximássemos dos acontecimentos que celebrávamos.
O tempo parou… a multidão (mais de duas mil pessoas) estava em silêncio, presa ao que ia sendo apresentado, a aragem arrefecia a noite e, nada mais existia... Nada aconteceu por acaso, durante esta celebração… tudo tinha sido pensado, com muito empenho e muito zelo, e até a música escolhida e o power-point que passou ajudaram a acolher a mensagem… A homilia foi comprida, como longo foi o alcance das palavras que foram proferidas pelo Pastor a quem está confiada esta comunidade.
De frente para a multidão, que mal via, por causa dos projectores, ia tentando perceber como acolhiam aquelas palavras fortes que, nesta noite escura, desafiaram o mais profundo da nossa vida humana e de fé e tocou-me especialmente ouvir dizer: “Deus vem habitar a nossa humanidade; Deus habita a nossa terra e a nossa paróquia de S. Miguel”. Parecem palavras óbvias mas contém a mais maravilhosa das realidades. Se Deus não habitasse esta terra, o que seria dela? Falou-se que Jesus é o príncipe da paz, e pediu-se a paz, para os corações que não a vivem… pediu-se a paz para a vida das famílias, dos casais, das comunidades, pediu-se a paz em tempo de campanha eleitoral… Falou-se da FAMÍLIA… (José, Maria e Jesus, no Auto de Natal, eram uma das famílias mais novas desta paróquia. O casal tinha celebrado a seu matrimónio no sábado, dia dezoito, e aqui estava como referência, desafio, para os muitos casais que vivem juntos (amancebadas como aqui se diz), para que à semelhança da Família de Nazaré, constituíssem uma verdadeira Família, essencial para o crescimento equilibrado dos filhos… Foram muitos os aspectos abordados, por aquele que conhecia os corações e as vidas que estavam à sua frente, e sabia que desafios precisavam ouvir e acolher para serem felizes e celebrarem verdadeiramente o Natal! Vim distribuir a Sagrada Eucaristia para o meio da multidão e vi naqueles rostos que apareciam à minha frente, já com marcas de frio, (uma aragem fresca insistiu em fazer-se presente mas sem impedir que eu estivesse sempre de manga curta, pela primeira vez, a celebrar o Natal) a concretização do Natal; o Emanuel, Deus connosco, vinha habitar cada um daqueles corações e fazer deles “a gruta de Belém”…
Em acção de graças apresentou-se um jogral, com dez intervenientes, que numa primeira parte enumerava um conjunto de situações de fragilidade e sofrimento e onde o refrão era: Não, Natal não é noite para dormir despreocupado. Na segunda parte apresentava-se o lado positivo para cada situação e o refrão era: Sim, Natal é noite de luz e alegria.
A celebração decorreu serenamente, não havia nada de mais importante para fazer naquela noite e quando terminou e olhei para o relógio era uma hora da manhã…
Um chá quente e bolo-rei reconfortaram o corpo e houve ainda algumas excepções à regra missionária dos Natais anteriores, pois debaixo da árvore de Natal que estava na sala de jantar e bem perto do Menino Jesus que agora acompanha as nossas refeições, estava um presente para cada missionário (é que este ano há cá em casa uma voluntária, mulher, “provocadora”, que pensa que a ternura de Deus que se faz PRESENTE nas nossas vidas, nos convida a sermos presente uns para os outros e expressão dessa ternura de Deus para com os que vivem connosco - claro que já perceberam que sou eu que ando por aqui a fazer das minhas… e deu-me algum gozo preparar “uns mimos” para os habitantes desta casa…)
Para além disto foi preciso inventar formas de me fazer presente aí, junto daqueles com quem costumo viver o Natal, a família e os amigos, mas graças a Deus que hoje os recursos existem e aproximam-nos… assim foi possível ver e ouvir aqueles com quem não estava e partilhar com eles, convosco, a minha felicidade por estar a viver este Natal, tão único e tão especial, aqui na Calheta de S. Miguel.
Não abri presentes este Natal mas, acreditem, cada segundo da minha vida, cada acontecimento que me é dado viver, é um PRESENTE de Natal, que eu acolho e vivo em acção de graças e estar aqui, neste momento, é O MELHOR PRESENTE DE NATAL que eu poderia receber! Outro magnífico presente de Natal foi perceber que alguns dos meus colegas e amigos se deixam “contagiar” pela minha presença aqui e também se querem tornar presentes junto deste povo, com quem agora vivo… Um OBRIGADA especial para a Escola Pe. António Vieira e para a Professora Esmeralda.
E a minha GRATIDÃO a esta Comunidade Espiritana, presente de Deus e família para mim, neste Natal!

 














Sem comentários:

Enviar um comentário