Nasceu em Fontiveros, província de Ávila (Espanha) pelo ano de 1542. Depois de ter passado algum tempo na Ordem dos Carmelitas, foi o primeiro entre os seus irmãos de Religião que, a partir de 1568, persuadido por Santa Teresa de Jesus, se declarou a favor da reforma da sua Ordem, tendo suportado, por isso, inumeráveis sofrimentos e trabalhos. Morreu em Úbeda no ano 1591, com grande fama de santidade e sabedoria, de que dão testemunho os seus escritos espirituais.
Hino
Bem eu sei a fonte que mana e corre,
Embora seja noite.
Aquela eterna fonte não a vê ninguém
E bem sei onde é e donde vem,
Embora seja noite.
Não sei a fonte dela, que não há,
Mas sei que toda a fonte vem de lá,
Embora seja noite.
Não pode haver, eu sei, coisa tão bela
E céus e terra beleza bebem dela,
Embora seja noite.
Porque não pode ali o fundo achar,
Eu sei que ninguém a pode atravessar,
Embora seja noite.
A claridade sua não escurece
E sei que toda a luz dela amanhece,
Embora seja noite.
Tão caudalosas são suas correntes
Que regam céus, infernos e as gentes,
Embora seja noite.
E desta fonte nasce uma corrente
E bem sei eu que é forte e omnipotente,
Embora seja noite.
E das duas a corrente que procede
Sei que nenhuma delas a precede,
Embora seja noite.
E esta eterna fonte está escondida
Em este vivo pão a dar-nos vida,
Embora seja noite.
Aqui está a chamar as criaturas
Que bebem desta água, e às escuras,
Porque é de noite.
Esta viva fonte que desejo,
Em este pão de vida, aí a vejo,
Embora de noite.
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